TERRORISMO

"Extremamente grave”: diz Gleisi Hoffmann sobre plano para assassinar Lula

Políticos e autoridades condenam militares e organização criminosa do governo Bolsonaro que planejavam golpe de Estado em 2022; caso repercute no mundo politico

Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do PT.Créditos: Agência Senado/Marcos Oliveira
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A presidente do PT Gleisi Hoffmann se pronunciou em suas redes sociais nesta terça- feira (19) sobre a prisão dos quatro militares do Exército Brasileiro e do policial federal que planejavam um golpe de Estado no Brasil, através do assasinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF), em 2022.

“Um caso extremamente grave!”, afirmou ela, que também lembrou várias ações da trama golpista bolsonarista à época. “Foram reuniões conspiratórias, descrédito das urnas, desvio de dinheiro para organizar a ida de caravanas bolsonaristas para acampamentos em frente aos quartéis... Lembrem que os 5 são servidores públicos, com o conhecimento técnico-militar que aprenderam através do Estado, atentando contra a democracia e a vida. Esse foi o tamanho da nossa vitória em 2022. Sem anistia!”, completou.

Os quatro militares do Exército Brasileiro e um policial federal envolvidos em um plano de golpe de Estado no Brasil entre 2022 e 2023. As prisões ocorreram durante a operação "Contragolpe", autorizada por Moraes, no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida entre o final de 2022 e o início de 2023. Os militares detidos, que integravam as Forças Especiais do Exército Brasileiro – uma unidade especializada em operações de alto risco e sigilo – são conhecidos como "kids pretos". Eles pertencem tanto à ativa quanto à reserva das Forças Armadas.

Ainda de acordo com informações da Polícia Federal, o plano de execução de Lula e Alckmin foi discutido em 12 de novembro de 2022 na residência do general Braga Netto. Essa informação foi confirmada por Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, e por materiais apreendidos com o general Mário Fernandes.

A investigação segue sob sigilo, mas os detalhes já divulgados indicam uma rede de articulação que pode ter contado com apoio de militares da ativa e da reserva, além de possíveis conexões políticas. A Polícia Federal continua realizando diligências para mapear o alcance da operação e identificar outros possíveis participantes do esquema.

Além de Gleisi Hoffmann, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também usou as redes sociais e destacou que a tropa bolsonarista “fez barulho e não deixou aprovar a CPMI”. Outros políticos e autoridades, como Guilherme Boulos, Fernanda Melchionna, Marcelo Freixo, também se manifestaram. “Quem seria o beneficiário direto se o plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes fosse levado a cabo?”, disse o deputado psolista e ex-candidato à prefeitura de São Paulo. 

Veja a repercussão

‘E ainda querem falar de anistia?’

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Márcio Jerry (MA), criticou os envolvidos na tentativa de golpe contra a democracia brasileira e na trama que planejava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin e cobra justiça. "E ainda querem falar de anistia? E ainda querem dizer que não foi uma tentativa de golpe? Justiça! Punição a todos esses delinquentes que armaram contra a democracia", afirmou Jerry. 

O deputado também destacou a necessidade de medidas rápidas contra um dos principais presos na operação, o general da reserva Mário Fernandes, que atuou como assessor do deputado Eduardo Pazuello na Câmara dos Deputados até março de 2024. "Na casa da democracia não dá pra ter funcionário golpista perigoso acusado de planejar o assassinato do presidente da República", declarou.

Para Márcio Jerry, a operação é uma prova contundente de que houve uma tentativa de golpe e que a democracia brasileira ainda enfrenta riscos significativos. "Justiça e punição são necessárias para proteger as instituições e garantir que esses crimes não fiquem impunes", concluiu.