A descoberta de arquivos deletados nos dispositivos eletrônicos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tentnte-coronel Mauro Cid, fizeram com que a Polícia Federal o convocasse para prestar um novo depoimento nesta terça-feira (19), às 14h.
Os investigadores conseguiram recuperar os dados apagados em outubro, após utilizarem um equipamento israelense adquirido pela PF. Com isso, foram abertas novas frentes de apuração com o cruzamento de dados obtidos a partir de outros alvos do inquérito e a conclusão do relatório final foi adiada para inclusão destas informações.
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Por meio da análise dos arquivos foi possível apurar que na tentativa de golpe houve um levantamento dos nomes, rotinas e do armamento dos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também dos seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a coluna da jornalista Daniela Lima, um investigador teria confirmado que não é facultado ao delator omitir informações dos investigadores, já que, para contar com os benefícios do acordo de colaboração, ele deve dizer tudo o que sabe sobre os possíveis crimes dos quais participou ou tomou conhecimento. "O que a gente precisa entender é se o acordo para de pé", disse ele.
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Ao G1, o advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou não ver motivos para que o acordo de delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro seja reavaliado e diz que seu cliente não se negou a colaborar com a PF. “Ele vai responder tudo. Foram quatro anos de trabalho ao lado do ex-presidente Bolsonaro, não tem como lembrar de tudo”, jusitifca.
O acordo de delação de Mauro Cid
A colaboração premiada do tenente-coronal foi homologada em setembro de 2023 pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Considerado como uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro, Mauro Cid trabalhou com o ex-presidente nos quatro anos de seu governo.
Embora os termos exatos da delação não sejam públicos, em geral os objetivos da concessão de benefícios ao colaborador é identificar os líderes de uma suposta organização criminosa, além de seus integrantes e os crimes praticados, com a revelação da estrutura hierárquica, organogramas e tarefas desempenhadas por cada um.
De acordo com a lei, a qualquer momento o acordo pode ser cancelado se o delator seguir praticando conduta ilícita ou caso seja descoberta qualquer omissão dolosa por parte dele.