DIVERGÊNCIA

Fundador do movimento pelo fim da escala 6x1 rebate ministro do Trabalho: "Inconcebível"

Rick Azevedo protesta contra posicionamento do ministro a respeito da PEC que visa acabar com a escala de 6 dias de trabalho na semana

Rick Azevedo rebate fala de Luiz Marinho sobre fim da escala 6x1.À esquerda, o vereador eleito Rick Azevedo; à direita, o ministro do Trabalho Luiz MarinhoCréditos: Divulgação/Rick Azevedo/Ministério do Trabalho
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O vereador eleito Rick Azevedo, jovem que fundou o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que deu origem à grande mobilização social pelo fim da escala de trabalho 6x1 no Brasil, rebateu o posicionamento do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre o tema. 

O fim da escala 6x1 está previsto em uma PEC apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que, neste momento, está na fase de coleta de assinaturas na Câmara. 

Em meio à grande repercussão da demanda, Luiz Marinho divulgou o posicionamento de sua pasta nesta segunda-feira (11). Em nota, Marinho afirma que "a escala de trabalho 6x1 deve ser tratada em convenções e acordos coletivos de trabalho". 

"A pasta considera, contudo, que a redução da jornada para 40H semanais é plenamente possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva", prossegue o ministro. 

Através das redes sociais, Rick Azevedo rebateu Marinho. Para o jovem ativista, é "inconcebível" que o ministro "não esteja ciente das pressões comerciais que distorcem muitos desses acordos sindicais". 

"Ignorar que a escala 6x1 precisa de regulamentação séria e independente é desrespeitar a realidade da classe trabalhadora, que sofre com jornadas exaustivas e pouca representação autêntica", escreveu Azevedo. 

Confira: 

Entenda 

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se pronunciou nesta segunda-feira (11) sobre a atuação dos movimentos sociais pelo fim da escala 6x1 e redução da jornada de trabalho. Ele defendeu que a discussão deve ser tratada em convenções e acordos coletivos.

“O Ministério do Trabalho e Emprego-MTE acompanhou de perto o debate sobre o fim da escala de trabalho 6x1. Esse é um tema que exige o envolvimento de todos os setores em uma discussão aprofundada e detalhada, levando em conta as necessidades específicas de cada área, visto que há setores da economia que funcionam ininterruptamente”, afirma a pasta em nota. 

O MTE acrescentou, porém, que considera a redução da jornada para 40 horas "plenamente possível" e "saudável" quando resulte de decisão coletiva". 

A proposta para acabar com a escala 6x1 ganhou forte repercussão nas redes sociais neste final de semana. A PEC, que busca apoio para tramitar no Congresso Nacional, é uma iniciativa da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), em parceria com o movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do ativista e eleito vereador do Rio de Janeiro Rick Azevedo. 

O texto prevê a redução da carga horária semanal para 36 horas, ao invés das atuais 44 horas, além de uma jornada de trabalho de 4 dias. 

Quais deputados já assinaram a PEC pelo fim da escala 6x1

Até este domingo (10), pelo menos 70 deputados já haviam assinado a PEC para que ela comece a tramitar no Congresso Nacional. Porém, após repercussão nas redes e cobrança dos trabalhadores aos parlamentares, a lista aumentou, mas ainda não foi atualizada. Ao todo, a proposta precisa de 171 assinaturas.

Veja abaixo os deputados que já assinaram:

  • André Janones (Avante-MG)
  • Daiana Santos (PCdoB-RS)
  • Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
  • Márcio Jerry (PCdoB-MA)
  • Orlando Silva (PCdoB-SP)
  • Dorinaldo Malafaia (PDT-AP)
  • Duda Salabert (PDT-MG)
  • Marcos Tavares (PDT-RJ)
  • Fernando Rodolfo (PL-PE)
  • Socorro Neri (PP-AC)
  • Lídice da Mata (PSB-BA)
  • Célio Studart (PSD-CE)
  • Stefano Aguiar (PSD-MG)
  • Dagoberto Nogueira (PSDB-MS)
  • Célia Xakriabá (PSOL-MG)
  • Chico Alencar (PSOL-RJ)
  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
  • Glauber Braga (PSOL-RJ)
  • Guilherme Boulos (PSOL-SP)
  • Ivan Valente (PSOL-SP)
  • Luiza Erundina (PSOL-SP)
  • Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
  • Prof. Luciene Cavalcante (PSOL-SP)
  • Sâmia Bomfim (PSOL-SP)
  • Taliria Petrone (PSOL-RJ)
  • Tarcísio Motta (PSOL-RJ) 
  • Alfredinho (PT-SP)
  • Ana Pimentel (PT-MG)
  • Camila Jara (PT-MS)
  • Carol Dartora (PT-PR)
  • Dandara (PT-MG)
  • Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)
  • Denise Pessôa (PT-RS)
  • Dimas Gadelha (PT-RJ)
  • Erika Kokay (PT-DF)
  • Fernando Mineiro (PT-RN)
  • Gleisi Hoffmann (PT-PR)
  • João Daniel (PT-SE)
  • Jorge Solla (PT-BA)
  • Juliana Cardoso (PT-SP)
  • Kiko Celeguim (PT-SP)
  • Leonardo Monteiro (PT-MG)
  • Lindbergh Farias (PT-RJ)
  • Luiz Couto (PT-PB)
  • Luizianne Lins (PT-CE)
  • Marcon (PT-RS)
  • Maria do Rosário (PT-RS)
  • Miguel Ângelo (PT-MG)
  • Natália Bonavides (PT-RN)
  • Nilto Tatto (PT-SP) 
  • Odair Cunha (PT-MG)
  • Padre João (PT-MG)
  • Patrus Ananias (PT-MG)
  • Paulão (PT-AL)
  • Reginete Bispo (PT-RS)
  • Reimont (PT-RJ)
  • Rogério Correia (PT-MG)
  • Rubens Otoni (PT-GO)
  • Tadeu Veneri (PT-PR)
  • Vicentinho (PT-SP)
  • Waldenor Pereira (PT-BA)
  • Washington Quaquá (PT-RJ)
  • Túlio Gadelha (Rede-PE)
  • Antônia Lúcia (Republicanos-AC)
  • Maria Arraes (Solidariedade-PE)
  • Douglas Viegas (União Brasil-SP)
  • Meire Serafim (União Brasil-AC)
  • Saullo Vianna (União Brasil-AM)
  • Yandra Moura (União Brasil-SE)
  • Benedita da Silva (PT-RJ)
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