Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), mandou uma mensagem via WhatsApp ao prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) logo após o término da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite deste domingo (6). Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) venceram o pleito e disputarão o segundo turno, enquanto Marçal, por ter figurado na terceira colocação, ficará de fora da volta eleitoral decisiva.
Foi o próprio Nunes que revelou que Marçal o procurou. Em live do site UOL nesta segunda-feira (7), Nunes revelou que Marçal enviou a ele um emoji de aplauso.
"Tem uma palminha aqui. Ele me mandou uma palminha", disse Nunes, mostrando o celular com a mensagem em questão para a câmera.
O prefeito revelou que só tinha visto a mensagem naquele momento, e por isso não havia respondido, mas que iria responder. "Sou educado", declarou.
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Nunes e Marçal juntos no segundo turno?
Humilhado por Pablo Marçal (PRTB) durante toda a campanha do primeiro turno da eleição à prefeitura de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB) mostrou que, de fato, representa os mesmos interesses do coach de extrema direita e confirmou que pode tê-lo em seu palanque no segundo turno.
Marçal apelidou Nunes de "bananinha" e, nos últimos meses, proferiu uma série de ofensas ao prefeito. O candidato do PRTB ainda fez o atual prefeito perder a linha ao questioná-lo sobre o boletim de ocorrência registrado por sua esposa por violência doméstica. Entre outros ataques, Marçal afirmou que Nunes seria preso caso fosse eleito prefeito por conta o escândalo da "máfia das creches" na gestão municipal.
Nunes, entretanto, sinalizou em entrevista à rádio CNB, na manhã desta segunda-feira (7), que nada disso deve ser um problema e que há, sim, possibilidade de Marçal subir em seu palanque de campanha para enfrentar Guilherme Boulos (PSOL).
Na última semana, Ricardo Nunes, questionado se buscaria o apoio de Marçal no segundo turno, havia afirmado que não. "Não falo com bandidos", afirmou na ocasião.
Agora, o discurso já é outro. Perguntado se a presença de Marçal em seu palanque incomodaria, Nunes desconversou, mas deixou a possibilidade em aberto.
"Eu... A gente... Foi muito cedo o que aconteceu, né. Ah... O resultado até aqui. A gente ainda não sentou com a equipe para conversar. Vamos avaliar isso", respondeu Nunes.
Tanto Ricardo Nunes quanto Pablo Marçal representaram, no primeiro turno da eleição, o bolsonarismo. Enquanto o prefeito é o candidato "oficial" de Jair Bolsonaro, o coach foi o candidato "extraoficial". O ex-presidente já afirmou a aliados que vai "entrar de cabeça" na campanha de Nunes no segundo turno, dizendo ainda que, se Marçal quiser apoiar o prefeito, "tudo bem", mas que o apoio do coach não seria necessário.
Marçal reconhece derrota e deixa apoio a Nunes em aberto
"Não vai ter segundo turno", disse Pablo Marçal (PRTB) em várias ocasiões ao longo da campanha à eleição pela prefeitura de São Paulo. Para ele, de fato, não teve. O coach de extrema direita, apesar da convicção de vitória, foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) e terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 1.719.274 votos (28,14% dos votos válidos).
Autor de provocações baixas, criador de fake news absurdas e responsável por uma das campanhas mais insólitas da história recente brasileira, Marçal falou à imprensa logo após o cômputo total dos votos por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite deste domingo (6), em sua mansão no luxuoso bairro Jardim Europa, zona oeste de capital paulista.
Visivelmente abatido, Pablo Marçal rechaçou teorias de fraude nas urnas que já vêm sendo ventiladas por alguns de seus apoiadores – um discurso recorrente entre bolsonaristas e que, inclusive, culminou em uma tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023 – e reconheceu sua derrota. Ele usou o fato de ter se lançado candidato tardiamente para justificar seu fracasso e ainda se lançou candidato em 2026, sem definir, contudo, se será para o governo de São Paulo ou para a presidência da República.
"São Paulo perdeu a única oportunidade de me ver prefeito dessa cidade, meu coração estava 100% entregue a isso, mas confesso que a vontade do povo nas urnas prevalece. Eu sei de algumas pessoas que estão querendo construir algumas teorias, mas eu respeito a vontade do povo. A gente chegou de última hora. Que deus abençoe nossa cidade de São Paulo, o Brasil e o povo brasileiro. E para finalizar: eu combati o bom combate, percorri a carreira, guardei a fé, e 2026 tá logo ali", declarou Marçal.
Questionado sobre o segundo turno, Pablo Marçal sinalizou que apoiará Ricardo Nunes, desde que o prefeito e candidato à reeleição incorpore suas "propostas".
"Tomara que o Ricardo leve em consideração algumas das nossas propostas, porque o eleitorado dele é exatamente do tamanho do meu eleitorado, espero que ele leve em consideração", disse.
Ainda que tenha sido derrotado na disputa, Pablo Marçal deverá enfrentar, agora, processos por conta da divulgação de um laudo falsificado em que tentou associar Guilherme Boulos ao uso de cocaína. O coach de extrema direita já é alvo do Supremo Tribunal Federal (STF), Justiça comum e Justiça Eleitoral, correndo o risco, inclusive, de ser declarado inelegível por 8 anos.