O deputado bolsonarista Zé Trovão (PL-SC) terá que se juntar ao grupo “Reflexivo de Homens” que vai abordar temas, como misoginia, masculinidade tóxica e machismo, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A iniciativa judicial é parte de um programa que atende a casos de violência contra as mulheres, conforme estabelecido pela Lei Maria da Penha, e visa promover a reflexão entre aqueles que cometem crimes dessa natureza.
Os encontros são organizados pelo próprio TJDFT, que ficará responsável por monitorar a participação de Zé Trovão nas discussões. A decisão surge em resposta às denúncias feitas por Jéssica Veiga, ex-esposa do parlamentar e dirigente do PL em Santa Catarina.
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Segundo o trecho da decisão pelo Metrópoles, “a prática reflexiva por meio de um trabalho interdisciplinar, com o fim precípuo de enfrentar e prevenir todas as formas de violência contra a mulher, revela-se como uma importante ferramenta para diminuir a reiteração de comportamentos abusivos ou violentos por parte do agressor. Assim, mostra-se adequado e proporcional a inclusão da medida protetiva de forma que o requerido [Zé Trovão] participe das palestras ofertadas”, diz o documento.
Zé Trovão disse em uma entrevista que “agiu em legítima defesa” contra a esposa. “Ela pegou uma lata de Baygon, daquelas grandes, e me atingiu no olho. Eu acabei revidando com um tapa no rosto dela”, tentando justificar a agressão.
Em julho deste ano, a Justiça de Santa Catarina decretou a prisão do deputado federal pelo não pagamento de pensão alimentícia para o filho que tem com a ex-esposa Jéssica da Costa Veiga.
Jéssica disse que a prisão do bolsonarista é um “alento” e que, aplicada em casos civis como o seu, acaba sendo a única maneira de obrigar os pais a cumprirem com suas obrigações legais. “O medo da cadeia faz eles correrem e pagaram”, afirma.
Zé Trovão não foi preso. O juiz determinou sua prisão por conta da pensão alimentícia, mas o mandado de prisão não foi emitido. Foi dado um prazo de 5 dias para a defesa de Jéssica entregar uma atualização dos valores devidos e, só então, o mandado deve ser expedido pela Comarca de Joinville.
Jéssica ainda revela que para além dos episódios de violência e maus-tratos que sofreu no âmbito privado, também foi exposta ao público do parlamentar na internet. “Fui ofendida, maltratada, agredida, sofri violência política de gênero e ainda tenho que ler absurdos na internet”, desabafou.Leia mais nesta matéria da Fórum.