O leilão para implantar uma parceria público-privada (PPP) para a construção e manutenção de escolas estaduais em São Paulo foi concluído na manhã desta terça-feira (29), na bolsa de valores da capital paulista, a B3. Quem venceu a concorrência foi a “Novas Escolas Oeste SP”, que tem como empresa líder em sua constituição a Engeform Engenharia, firma responsável, num outro consórcio, cujo nome oficial é Consolare, pela gestão de sete cemitérios paulistanos. Parece até piada pronta, mas a notícia é essa mesmo.
Com toda a região em torno da B3 bloqueada por policiais militares e guardas municipais, para evitar a ação de manifestantes contrários à iniciativa de vender a educação pública, o leilão contou com a presença entusiasmada do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, que defende privatizações em todos os setores da administração pública, de forma castiça e desmedida. Havia um teto de R$ 15,2 milhões mensais para os lances apresentados, e quem ganhou a concorrência foi a “Novas Escolas Oeste SP”, que entre as interessadas apresentou o menor lance, R$ 11,98 milhões mensais.
Agora, além dos cemitérios da Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Mariana e Vila Formosa I e II, o grupo será responsável também pelas unidades públicas de ensino, com exceção do campo pedagógico. No caso desta PPP, a previsão é de que 17 novas escolas estaduais sejam construídas num prazo de 18 meses. Depois que estiverem prontas, o grupo vencedor será o responsável pela manutenção de todas as unidades por 23 anos e meio, o que deve gerar de gastos para o governo, no mesmo período, a cifra de R$ 3,38 bilhões, valor destinado ao consórcio.
"Esse leilão é super importante para nós porque nós temos um problema grave de infraestrutura na rede estadual. Mais de 80% das nossas escolas tem mais de 20 anos. A gente tá tratando agora da construção de escolas novas", afirmou o governador Tarcísio de Freitas. Só não ficou claro a razão pela qual o governo não constrói as escolas, como sempre foi feito.