O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), voltou a se esquivar de qualquer culpa sobre o apagão que atinge a cidade ao apresentar na noite de segunda-feira (14) uma lista de responsáveis pela interrupção no serviço de fornecimento de eletricidade para milhares de clientes da distribuidora Enel. O emedebista vem sendo criticado pela falta de ações preventivas de zeladoria e emergenciais após chuvas atingirem a capital há três dias.
Ao chegar à sede da Rede Bandeirantes, para o participar do debate eleitoral com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito da capital paulista voltou a culpar cláusulas do contrato firmado com a Enel pelo governo do estado de São Paulo em 1998.
“[Gostaria de poder falar] do momento difícil que a cidade enfrenta. Hoje, ainda há 226 mil residências estão sem energia”, começou Ricardo Nunes. “Uma vez que a concessão, a regulação e a fiscalização da Enel é de responsabilidade do governo federal”, completou.
O contrato herdado pela Enel era originalmente da Eletropaulo, estatal paulista do setor de energia privatizada há 26 anos. A italiana Enel é a responsável por fornecer o serviço na capital paulista além de outros municípios paulistas. A empresa privada atende 70% do estado de São Paulo.
O prefeito bolsonarista tem criticado publicamente o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. A agência reguladora é a responsável por fiscalizar e determinar a renovação ou a rescisão de contratos – ou caducidade – de contratos em andamento com distribuidoras de energia elétrica operando em território nacional.
Um pouco mais tarde, já durante o debate, o candidato Guilherme Boulos chegou a exigir que o prefeito bolsonarista revelasse quem havia nomeado Sandoval Feitosa presidente da Aneel.
“Conta para as pessoas que foi no governo de Jair Bolsonaro, seu padrinho político e apoiador, o responsável pela indicação dele e da atual diretoria da agência. O Sandoval, que o prefeito ataca, foi colocado no cargo pelo Bolsonaro e tem mandato, que o presidente Lula não tem como retirar de lá”, completou o deputado federal.
*Julio Costa Barros é jornalista