MOURÃO

Mourão “defende” Carlos Bolsonaro o chamando de “incompetente” e “incapaz”

Carluxo é alvo de operação de busca e apreensão que se refere a um suposto uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro

Mourão.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O senador Hamilton Mourão e ex-vice de Jair Bolsonaro, inverteu o ditado: “a melhor defesa é o ataque”. Para defender o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (29), o chamou de “incompetente” e “incapaz”.

Mourão foi perguntado pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, se ele sabia do suposto plano do vereador para fundar uma “Abin paralela” no governo Bolsonaro. A denúncia foi feita pelo ex-ministro Gustavo Bebianno em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Mourão, então, lascou:

“Não tenho conhecimento disso, por outro lado julgo que o Carlos não tem competência e capacidade para isso”.

Bebianno

Carlos Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência de Bolsonaro, afirmou em 2 de março de 2020, em entrevista ao programa Roda Viva:

“Um belo dia o Carlos me aparece com um nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno [então ministro do GSI, a quem a Abin é subordinada] foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas Heleno não é de confronto. A conversa acabou comigo e com o Santos Cruz [então ministro da Secretaria de Governo]. Aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma. Muito pior que o gabinete de ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Depois eu saí, não sei se isso foi instalado ou não”.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) é um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira (29).

A operação da PF

A operação se refere a um suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, quando Alexandre Ramagem (PL-RJ) dirigia o órgão.

A operação mira aliados de Ramagem na época em que ele estava na Abin e também no atual mandato como deputado federal, o chamado "núcleo político" de Ramagem.

A suspeita da PF é que Carlos Bolsonaro, teria recebido "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin.

Investigação da Polícia Federal aponta que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e governadores foram espionados de maneira ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob o comando de Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.