Após a notícia de que a delação do matador Ronnie Lessa apontou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e ex-deputado estadual Domingos Brazão como o mandante da execução da vereadora Marielle Franco, ocorrida em março de 2018, o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), um notório extremista criador de fake news, resolveu espalhar em seus perfis oficiais nas redes sociais que o suposto mentor intelectual do crime é do PT.
Usando de sua imunidade parlamentar para cometer todo tipo de descalabro e crimes no ambiente digital, o parlamentar de extrema direita, que é réu por expor em vídeo uma menor de idade trans, de 14 anos, dentro de um banheiro escolar, fez uma sequência de três postagens no ‘X’, antigo Twitter, afirmando de forma peremptória que Brazão “é petista”. O suspeito de idealizar o assassinato era filiado ao MDB e mantinha relações com os grupos milicianos do Rio de Janeiro, explicitamente ligados à extrema direita e aos setores bolsonaristas da política. Para além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu, em 2019, passaportes diplomáticos para familiares do acusado.
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“Encontrado o mandante da morte da Marielle - um petista - ainda resta saber quem mandou matar Bolsonaro”, começou dizendo Nikolas, para na sequência repetir: “Por que um petista mandou matar Marielle?”. Num terceiro tuíte, o bolsonarista repete a mentira sem sentido mais uma vez. “Segundo delação, o mandante da morte da Marielle é o petista Domingos Brazão”, postou.
A claque que frequenta o perfil de Nikolas, na tentativa de engajar a versão insana sobre o “petismo” de Domingos Brazão, argumenta que o hoje conselheiro do TCE-RJ teria apoiado Dilma em suas eleições. O MDB, partido de Brazão, assim como do ex-governador Sérgio Cabral, tinha o candidato a vice-presidente na chapa da primeira presidenta da História do Brasil, Michel Temer. Só para ilustrar o despropósito da ilação, o vice-presidente de Lula há duas décadas, José Alencar, era do PL, atualmente o partido que abriga Jair Bolsonaro, entre os anos de 2002 e 2005, durante o primeiro mandato do estadista do PT.
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A Fórum entrou em contato com a direção do Partido dos Trabalhadores para obter um posicionamento da sigla a respeito da atitude criminosa de Nikolas, e para saber se a legenda tomará medidas judiciais contra o parlamentar de extrema direita, mas até o momento não recebeu retorno.