Jair Bolsonaro (PL) resolveu se juntar à horda fascista nos ataques de ódio ao padre Júlio Lancellotti nas redes sociais.
Mantendo silêncio sobre o tema até o momento, o ex-presidente publicou um storie em seu perfil no Instagram. A imagem é uma montagem de vídeo antigo de Lula gravado nos bastidores de um debate presidencial em que o petista assiste à Tv.
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No meme, as imagens que passam na televisão são de encontros do próprio Lula com o padre. Lancellotti virou alvo novamente dos extremistas após o vereador Rubinho Nunes (MDB), fundador do MBL, tentar instaurar uma CPI na Câmara paulistana para investigar o trabalho do religioso junto aos pobres.
Desde o início dos ataques, Lula se solidarizou com padre Júlio. “Graças a Deus a gente tem figuras como o padre Júlio Lancellotti na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”, escreveu Lula na rede X.
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Nas redes, o fundador do MBL ganhou apoio de bolsonaristas radicais no levante contra o padre. Nesta segunda-feira (22), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) incitou as redes de ódio contra o padre.
"Só pela investida da esquerda, judiciário e mídia em blindar o Júlio Lancellotti e acabar com a CP, já é um sinal que tem algo de muito errado com esse padre", escreveu Ferreira na ilação, incitando os apoiadores.
Neste fim de semana, a horda fascista voltou a atacar fortemente o religioso após laudo forjado pelo escritório do bolsonarista Reginaldo Tirotti, que repete perícia de 2020, de Onias Tavares de Aguiar, já desmontada pelo professor de engenharia de informação na UFABC e instrutor de computação forense no MBA de segurança de dados da USP, Mário Gazziro.
Perito desmonta novo laudo
Em um vídeo react, o perito Mário Gazziro analisou ponto a ponto um outro vídeo contratado pela revista de extrema-direita Oeste, feito para criminalizar o padre Júlio Lancelotti. O primeiro ponto abordado por Gazziro é a divisão frame a frame que o escritório do bolsonarista Reginaldo Tirotti alega ter feito.
Segundo Gazziro, o procedimento é muito comum e não é capaz de detectar a geração de fakes. “Nós, os cientistas, estamos brigando pra tentar descobrir ferramentas pra detectar deepfake. Estão usando programas de inteligência artificial bem poderosos pra poderem detectar se um vídeo é fake ou não porque os humanos, por si só, não conseguem”.
A seguir ele demonstra, com vídeos antigos que circulam nas redes que é perfeitamente possível alterar um vídeo. “Não existe essa coisa de detectar artefato no pescoço, olhar visualmente e detectar um deepfake. É um desafio muito grande”, afirma. Gazziro mostra então cinco vídeos idênticos com atrizes diferentes em que são trocados só o rosto.
Logo depois, o perito compara o cenário usado no vídeo e diz que os adereços, as estátuas de imagens religiosas, além de parecerem diferentes dos que aparem no vídeo apresentado, são muito fáceis de serem encontrados à venda. E ele mostra um anúncio do Mercado Livre para comprovar.
Mário Gazziro rebate o que á afirmado no vídeo de que teria sido contratado pela Revista Fórum para fazer uma perícia. “A Revista Fórum não contrata. Nós fazemos um trabalho de extensão universitária pró-bono (gratuito) pra todo mundo”, explica.