O professor da UFABC Mário Gazziro se pronunciou sobre a "perícia" feita pelo bolsonarista Reginaldo Tirotti sobre o vídeo falso utilizado para acusar o padre Júlio Lancellotti de pedofilia.
Logo no alvorescer da fake news no início deste mês, Gazziro compartilhou com a Fórum uma perícia que apontava que o vídeo era falso e utilizava tecnologia de deepfake.
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Agora, com a nova perícia publicada pela Oeste, o professor da UFABC reitera que o vídeo é falso. Tirotti utilizou características faciais para afirmar que a pessoa no vídeo é o padre.
O problema é que o vídeo, segundo, Gazziro, é uma montagem.
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"Não adianta você analisar características faciais frente a um possível vídeo criado com tecnologia deepfake. Sem falar que grafologia, especialidade dos peritos, é praticamente uma pseudociência, mais perto da astrologia do que qualquer ciência formal. Inclusive, muito raramente tem validade em tribunal", explica Gazziro à Fórum.
"Currículo no Brasil se comprova pelo Lattes"
A reportagem da Oeste alega que "o currículo de Gazziro é indigente", justificando que ele não tem processos no Jusbrasil ou "registros profissionais para o exercício da profissão".
Mário Gazziro é professor adjunto de Engenharia da Informação da Universidade Federal do ABC (UFABC), que é também pós-doutorando e pesquisador visitante na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP).
Além disso, o professor é revisor do Journal of Forensic Science and Research, uma das principais publicações científicas na área de perícia forense. Por fim, Gazziro ministrou a disciplina de Computação Forense na USP.
O tema da perícia assinada por Gazziro é justamente o uso de montagens visuais no vídeo de Lancellotti.
"Eu sou avaliador de artigos nas revistas de forense internacionais. Acho que isso vale um pouco mais do que aparecer em processos no Jusbrasil. E laudos judiciais podem ser requisitados pelos juízes em quaisquer casos que se faça necessário um expert no assunto. Não existe Registro de Perito. O que existe é um cadastro no judiciário caso um expert seja convocado a atuar como perito", completa o professor à Fórum.
"Currículo no Brasil se comprova pelo Lattes e não por aparições no Jusbrasil, pois se fosse assim o Fernandinho Beira Mar seria o mais catedrático do Brasil", brincou Gazziro.