O ex-deputado Roberto Jefferson, que foi também presidente do antigo PTB no período em que a sigla se transformou num satélite bolsonarista, tem mais um problema judicial para lidar. Agora, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal por vínculos com a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023. Jefferson está preso desde outubro de 2022, depois de atirar com um fuzil em policiais federais que foram cumprir um mandando de busca em sua propriedade no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.
Apontado como um “elo relevante” na rede que culminou com os ataques golpistas realizados por bolsonaristas, a manifestação feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, diz ainda na denúncia que Jefferson tentou “fragilizar” a estrutura democrática do país fazendo uso na estrutura partidária do PTB, comandando por ele entre os anos de 2016 e 2021, período em que a legenda deu uma ruidosa guinada à extrema direita.
“Os fatos imputados ao re´u Roberto Jefferson podem ser vistos como elo relevante nessa engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023. Essa perspectiva se fortalece na considerac¸a~o de que se atribui ao re´u, ale´m de haver utilizado parte da estrutura partida´ria financiada pelo era´rio para fragilizar as instituic¸o~es da Repu´blica, ter formulado publicamente tu´rpidos ataques verbais contra instituic¸o~es centrais da Repu´blica democra´tica, num esforc¸o que a visa~o deste momento permite situar como estrate´gia dirigida a fomentar movimento de rompimento condena´vel da ordem política”, cita o PGR em sua denúncia apresentada ao STF.
Engana-se quem pensa que estes são os dois únicos processos por crimes graves aos quais responde o ex-líder do PTB. Jefferson é ainda réu no Supremo por incitar crimes contra a segurança nacional, calúnia e homofobia.