DESESPERADO

O surto de Malafaia após Lula acabar com mamata de pastores

Ministério da Fazenda impôs o fim da isenção fiscal sobre ganhos de ministros de confissão religiosa, no qual se incluem os pastores, que havia sido instituída por Bolsonaro de forma eleitoreira

Silas Malafaia reage à notícia de que Lula acabou com isenção a pastores.Créditos: Lula Marques/Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, um dos mais reacionários e radicais do meio evangélico, se desesperou com a medida tomada nesta quarta-feira (17) pelo governo Lula que acaba com a isenção fiscal a líderes religiosos que havia sido instituída por Jair Bolsonaro como uma medida eleitoreira. 

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, demonstrando nervosismo, disse através do X (antigo Twitter) ser "mentira" - em letras garrafais - que Bolsonaro isentou pastores de cobrança de impostos sobre valores recebidos.

"MENTIRA ! Bolsonaro nunca deu isenção tributária para líderes religiosos . Daqui a pouco um vídeo mostrando a verdade e a safadeza de Lula produzido pelo deputado Sóstenes Cavalcante que é membro da nossa igreja . AGUARDEM !". 

Entenda

O Ministério da Fazenda do governo Lula, por meio do Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, acabou com a isenção eleitoreira decretada por Jair Bolsonaro sobre ganhos de ministros de confissão religiosa, no qual se incluem os pastores.

O benefício fiscal se deu no dia 29 de Julho de 2022, às vésperas da eleição presidencial, junto à série de medidas eleitoreiras e desesperadas tomadas por Bolsonaro diante da iminente derrota na disputa contra Lula.

A medida, intitulada Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 1, previa a isenção de impostos em salários e remunerações pagas pelas igrejas aos pastores.

"Os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministros de confissão religiosa, com os membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, em face do mister religioso ou para a subsistência, não são considerados como remuneração direta ou indireta", dizia o ato, em uma manobra para isentar a tributação aos pagamentos das lideranças religiosas.

A medida, proposta por Bolsonaro, foi assinada pelo então secretário da Receita Federal Júlio Cesar Vieira Gomes, que atuou na tentativa de liberar as joias recebidas pelo ex-presidente que foram apreendidas pela alfândega no Aeroporto de Guarulhos. A isenção aos pastores virou alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). Vieira Gomes foi exonerado da Receita no ano passado.

"Perseguição"

Em entrevista a Octávio Guedes, da GloboNews, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos principais líderes da bancada evangélica, afirmou que vai usar a medida para pressionar os pastores a fazer campanha contra o governo Lula, usando o já surrado discurso de "perseguição religiosa".

“Terão cada vez mais nosso distanciamento e nós iremos fazer campanha contrária a esses governos. Isso é prato cheio para nós evangélicos. Vou fazer um vídeo agora para espalhar e mostra que o PT persegue o segmento religioso", confessou Cavalcante.

Segundo ele, a medida que acaba com a isenção de impostos sobre os salários dos pastores "é uma prova do que sempre falamos: o governo Lula persegue os segmentos religiosos".