Em agosto deste ano, circularam nas redes sociais alegações infundadas de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria atuado como advogado da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)..
O vídeo que propagava essa informação incorreta ganhou destaque, acumulando quase 400 mil visualizações no Facebook até sua remoção no início de setembro. Apesar disso, cópias desse conteúdo enganoso continuam circulando em diferentes datas desde agosto de 2021.
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História disseminada
O vídeo em questão apresentava alegações de que Alexandre de Moraes teria assumido a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) em 2015 com um extenso currículo de 123 processos de uma empresa associada ao PCC. No entanto, nossa apuração revela que Moraes ocupou o cargo até maio de 2016, quando se tornou ministro da Justiça no governo de Michel Temer, e subsequentemente foi indicado ao STF.
A equipe de jornalismo verificou que o ministro Moraes já ganhou processos judiciais contra indivíduos que o acusaram de advogar em nome do PCC, evidenciando a falsidade dessas acusações. Além disso, confirmou-se que Moraes atuou como advogado da Transcooper, uma cooperativa de vans, em questões civis, e não em defesa de pessoas ligadas ao crime organizado, como foi erroneamente afirmado nas redes sociais.
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A própria Transcooper esteve envolvida em investigações em 2014, relacionadas a possíveis atividades de lavagem de dinheiro do PCC por alguns de seus sócios. Entretanto, verificações nos registros do Tribunal de Justiça de São Paulo e na Ordem dos Advogados do Brasil não revelaram processos relacionados à Transcooper em que o ministro Moraes tenha atuado como advogado.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo esclareceu que o caso de suposto envolvimento da Transcooper com um traficante foi investigado em 2014 e concluído em agosto de 2018, sem que houvesse indiciamentos.
Fake news bolsonarista
É relevante mencionar que as alegações infundadas contra o ministro Moraes foram disseminadas em páginas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Este episódio ocorreu após Moraes aceitar a investigação das declarações sem provas de Bolsonaro sobre as urnas e o sistema eleitoral brasileiro.
Em conclusão, as acusações de que o ministro Alexandre de Moraes atuou como advogado do PCC são falsas e carecem de base factual. Esta investigação reforça a importância da verificação rigorosa de informações antes de compartilhá-las nas redes sociais, especialmente durante períodos eleitorais, a fim de evitar a disseminação de informações enganosas.