A Justiça Federal absolveu Ronnie Lessa, acusado por envolvimento em tráfico intenacional de armas. A decisão foi tomada pelo juiz Ian Legay Vermelho da 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que inocentou outros dois réus, mas condenou um terceiro. Este é o caso associado à maior apreensão de fuzis da história do RJ.
Em setembro de 2022, Lessa foi condenado a 13 anos e 6 meses de prisão por comércio ilegal de armas – dez remessas com peças de armas de fogo da Flórida (EUA) para o Rio de Janeiro. Mesmo diante do depósito de pelas para 117 fuzis M-16, a defesa afirmou que iria recorrer, na época.
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De acordo com a decisão do juiz Legay Vermelho, não é possível "estabelecer um nexo seguro entre as aquisições de armas comprovadamente realizadas por Ronnie Lessa nos EUA e os componentes [de fuzil] apreendidos pela Polícia Civil".
Alex de Souza Oliveira e Ilma Lustoza de Oliveira tiveram seus pedidos de defesa aceitos, enquanto Vitor de Souza Oliveira foi condenado.
O caso do tráfico de armas
A Operação Flórida Heat, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF), teve Ronnie Lessa como alvo. O policial reformado foi preso enquanto estava na Penitenciária de Campo Grande (MS) por ser réu do assassinato da vereadora Marielle Franco, caso no qual é acusado de ter disparado contra a parlamentar do PSOL.
Segundo a operação, a quadrilha envolvida no tráfico internacional de armas comprava armas, peças, acessórios e munições nos Estados Unidos e enviava ao Brasil por meio de contêineres e encomendas postais. Ao chegar em uma residência no Rio de Janeiro, as mercadorias passavam por usinagem e montagem por impressoras 3D.
Finalizada a produção, "as armas eram distribuídas para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel", segundo a PF, em nota.
Na casa de um amigo de Ronnie Lessa, a Polícia Federal encontrou 117 fuzis M-16 incompletos, em março de 2019 – a apreensão do maior número de fuzis na história do Rio de Janeiro. Lessa morava no mesmo condomínio e tinha relações com Jair Bolsonaro, o Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro.
"Entre os fuzis M-16 apreendidos na casa de Alexandre Mota de Souza, a polícia identificou alguns com a inscrição adulterada, indicando que seriam fuzis HK M27, arma que pertence à Marinha Americana. O delegado Marcos Amin, titular da Delegacia Especializada Armas e Explosivos do Rio - Desarme, disse na terça, 12, que se trata na verdade de um fuzil do modelo M-16. Na quarta, 13, Amin informou que todas as armas são falsificadas, mas funcionam", disse a PF.