A Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), prendeu o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, na manhã desta quarta-feira (9), devido ao seu envolvimento nas blitze realizadas sobretudo no Nordeste no dia do segundo turno das eleições de 2022, que segundo as investigações teriam sido colocadas em marcha para impedir que eleitores de Lula (PT) chegassem às urnas, beneficiando o então presidente de extrema direita que busca a reeleição.
A suposta ação de Vasques é fato de conhecimento público e no mesmo dia da disputa eleitoral já tinha rendido ao então todo-poderoso da PRF uma intimação para dar esclarecimentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob risco de ser preso se não comparecesse imediatamente. Vasques é bolsonarista, pediu voto para seu candidato nas redes sociais, mesmo exercendo uma função de Estado, e teria dito, segundo outros policiais, que era obrigação dos PRFs votarem em Bolsonaro. Até aqui, sem novidades.
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No entanto, como é habitual na bolha bolsonarista, após a prisão de Vasques, uma série de teorias amalucadas e risíveis surgiram para “explicar” a prisão do bolsonarista que era responsável pela segurança das rodovias federais de todo o país. Sempre, claro, com as teses conspiratórias e ridículas que marcam esse grupo de extremistas.
Uma das mais difundidas foi a teoria de que Vasques foi parar atrás das grades por “pressão dos advogados do PCC”, a poderosa quadrilha do crime organizado que atua em quase todo o território nacional e em vários países da América do Sul, África e Europa. A história delirante diz que o ex-diretor-geral da PRF teria sido “o homem que fez o maior número de apreensões de drogas na história”, e que por isso acabou na cadeia.
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Outra maluquice que circula nas redes é a de que as tais blitze criminosas feitas no dia das eleições teriam “rendido muitas multas e dor de cabeça para os petistas autuados”, o que fez com que o “sistema” agisse para “se vingar de Vasques”. Um delírio absoluto.
Por fim, a tese de “perseguição” também foi amplamente usada pela bolha da extrema direita, inclusive por figuras do mundo político, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, que afirmou ter sido Vasques “vítima da verdadeira violência política”.
O que se percebe, com o passar das horas e com a situação ficando cada vez mais complicada para Jair Bolsonaro (PL), é que todos os seguidores do líder ultrarreacionário já sabem das acusações graves que pesam contra Vasques e outras figuras, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, mas, diante do desespero, a “tropa” prefere ficar difundindo quimeras para ocultar suas verdadeiras e reais preocupações.