O deputado federal e pastor bolsonarista Marco Feliciano (PL) afirmou na Câmara, nesta terça-feira (22), logo após ter dado um chilique com a senadora Eliziane Gama (PSD) a portas fechadas, que “as mulheres se alteram, gritam”.
Em um show de machismo e misoginia, Feliciano seguiu dizendo que “debater com mulheres aqui na Casa tá muito difícil. As mulheres se alteram, elas ficam de pé, gritam, apontam o dedo pra gente, e quando a gente tenta fazer alguma coisa, porque nós somos seres-humanos, levantamos a voz também, aí vira tudo contra a gente”.
“A senadora Eliziane Gama não suportou uma fala que eu falei, acabou discutindo, mas, como o espírito cristão fala mais alto, eu como pastor fui, nos acertamos e terminamos em paz, pelo menos por enquanto”, afirmou.
O deputado disse ainda que “isso normalmente acontece com parlamentares femininas do lado da esquerda. Elas se alteram, elas gritam, elas levantam a voz, apontam o dedo pra gente e tem hora que a gente não suporta de fato. A gente revida. E quando a gente revida – não deveríamos revidar – quando a gente se altera, aí começa a dizer: ‘isso é misoginia, isso aqui é uma mulher isso, isso, isso’. Acho que isso tinha que parar aqui na Casa, a gente aproveitarmos e todos nos respeitarmos seria muito melhor (Sic)”.
Zambelli, a origem da discussão
A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 no Congresso Nacional prevista para esta terça-feira (22) foi cancelada após um bate-boca entre a relatora do colegiado, Eliziane Gama, e Marco Feliciano.
A discussão entre os dois ocorreu após a apresentação de um requerimento que pede quebra de sigilos de Carla Zambelli (PL), investigada pela Polícia Federal. Feliciano, que é do mesmo partido da parlamentar, teria acusado a relatora de ser “injusta”, ao pedir informações sobre Zambelli.
A acusação foi rechaçada por Eliziane, que questionou a fala de deputado pastor. Os parlamentares, então, iniciaram uma “discussão acalorada, de acordo com relatos de pessoas presentes.