Na noite desta quinta-feira (6), a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária com ampla maioria: foram 375 votos a favor e 113 votos contrários. Apesar da quase unanimidade, parlamentares da extrema direita, principalmente os bolsonaristas, criaram "teorias" absurdas para justificar o voto contrário.
O ex-presidente Jair Bolsonaro associou a reforma tributária ao Foro de SP. Por sua vez, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou que o texto institui um "Conselho Soviético". Quem também delirou foi o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que associou a matéria à inexistente "ideologia de gênero".
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"Para piorar, eles acrescentam no texto a ideologia de gênero. Não é brincadeira! Eles conseguiram colocar dentro do texto a ideologia de gênero [...] o gênero vai poder ter ressarcimento no cashback acima das outras pessoas. Como isso pode ser aprovado?", disse Gustavo Gayer.
Reforma Tributária: vitória de Lula, de Haddad e do Brasil
"Parecia impossível. Valeu lutar!" O tuíte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 21h54 da quinta-feira (6), minutos após a aprovação em primeiro turno da reforma tributária por 382 votos a 118 – no segundo turno o placar foi de 375 a 113 – selou a vitória de um Brasil que ainda arca com muitos resquícios da ditadura militar.
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"Depois de décadas, aprovamos uma Reforma Tributária. Democraticamente", dizia ainda a mensagem de Haddad sobre a conquista, que modernizou o sistema tributário do país após 56 anos. A última reforma tributária havia sido feita no país em 1967, três anos depois de abertos os porões da ditadura.
"O Brasil terá sua primeira reforma tributária do período democrático. Um momento histórico e uma grande vitória para o país. Parabéns para a Câmara dos Deputados pela significativa aprovação ontem e ao ministro Fernando Haddad pelo empenho no diálogo e no avanço da reforma. Estamos trabalhando para um futuro melhor para todos", celebrou Lula, dando crédito àquele que, em 2018, enfrentou corajosamente o ônus de tentar barrar a volta de representantes desse mesmo regime autoritário quando o atual presidente, que liderava as pesquisas, foi impedido de disputar as eleições.