CRIMES ELEITORAIS

Pablo Marçal: a farra do coach bolsonarista que virou alvo da PF

Jatinhos, helicópteros e movimentações milionárias por Pix motivam investigações

Apoiador de Jair Bolsonaro, Pablo Marçal concorreu às eleições de 2022, sem sucesso
Pablo Marçal.Apoiador de Jair Bolsonaro, Pablo Marçal concorreu às eleições de 2022, sem sucessoCréditos: Reprodução
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O coach bolsonarista Pablo Marçal foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira. Marçal está sendo investigado por crimes eleitorais e lavagem de dinheiro após contratar serviços de fornecedoras das quais faz parte do quadro societário. Os serviços incluem aluguel de aviões, helicópteros e salas comerciais.

Ao menos duas empresas receberam dinheiro de sua campanha como prestadoras de serviços, segundo a prestação de contas de Marçal junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificada pelo levantamento do GLOBO. Os dados da Justiça Eleitoral revelam que o empresário movimentou aproximadamente R$ 400 mil.

A empresa que mais recebeu recursos foi a Marçal Participações LTDA, onde o coach aplicou R$ 288 mil de sua campanha eleitoral. A Marçal é uma sociedade conjunta com sua esposa, Ana Carolina Carvalho. Em justificativa à Justiça Eleitoral, ele alegou ter pago R$ 100 mil pelo aluguel de dois aviões e R$ 72 mil por dois helicópteros. O aluguel de carros e salas comerciais completam o total.

A prestadora de serviços Aviation é a segunda empresa que mais recebeu de sua campanha, R$ 112 mil com o aluguel de dois jatinhos. A Aviation é uma sociedade com Marcos Paulo de Oliveira, o segundo maior doador da campanha eleitoral de Pablo Marçal à Presidência e a deputado federal de São Paulo, com o gasto de R$ 900 mil.

Um relatório de inteligência financeira, feita pelo Coaf, revela 42 movimentações financeiras consideradas suspeitas nas contas de Pablo Marçal. A partir deste documento, a Polícia Federal passou a investigá-lo e encontrou o nome de Marçal ligado ao quadro societário de 20 empresas, a maioria criada em 2021.

Um trecho do inquérito da PF destaca que o Coaf identificou uma: "Movimentação milionária entre as empresas administradas por Pablo, sua pessoa física e sua campanha presidencial”. Durante período eleitoral, entre 1 de agosto e 9 de outubro de 2022, a conta física de Marçal teria recebido, por meio de Pix, R$ 3,6 milhões da empresa Marçal Holding LTDA. Esse valor foi repassado à Marçal Participações LTDA.

Sua defesa admite que a movimentação de recursos para benefício pessoal aconteceu durante o período eleitoral, mas alega que não houve "infração de qualquer norma legal".O então candidato não utilizou recursos do Fundo Eleitoral em sua campanha. Caso não fosse gasto por Marçal, o dinheiro arrecadado seria destinado ao Pros, partido ao qual era filiado.

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