O governo Lula se pronunciou nesta segunda-feira (31) sobre a operação da Polícia Militar de São Paulo, estado governado pelo bolsonarista Tarcísio Gomes de Freitas, que terminou com ao menos 8 pessoas mortas no Guarujá, litoral paulista, através de uma nota do Ministério dos Direitos Humanos, comandado por Silvio Almeida. "As denúncias são graves e merecem ser apuradas com rigor", diz a pasta.
Segundo a Ouvidoria das Polícias, foram 10 óbitos registrados nos bairros Vila Zilda e Vila Edna, mas a cifra é questionada pelo Governo do Estado.
O que aconteceu
- A Operação Escudo foi deflagrada na última sexta-feira (28) e contou com 3 mil policiais de 15 batalhões diferentes;
- A ação foi uma resposta ao assassinato do soldado Patrick Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), na quinta-feira anterior (27);
- De acordo com relatos de moradores divulgados pela imprensa, policiais ameaçaram matar mais de 60 pessoas para vingar o colega. Além disso, pelo menos uma das vítimas chegou a ser torturada antes de vir a óbito.
A operação foi marcada por inúmeras denúncias de abusos, que incluem até mesmo tortura, praticados pelos policiais militares. Moradores das duas comunidades onde ocorre a ação afirmam que estão sitiados e que PMs estão espalhando terror. Ao Brasil de Fato, um morador de uma das comunidades do Guarujá onde ocorreu a Operação Escudo, relata que um garoto foi torturado e morto.
"Denúncias são graves", diz Ministério dos Direitos Humanos
Em nota oficial, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, comandado por Silvio Almeida, afirma que vai acompanhar investigações e fiscalizar providências adotadas.
"As denúncias são graves e merecem ser apuradas com rigor. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos já foram acionadas a acompanhar as investigações e fiscalizar as providências adotadas pelas autoridades em relação a esse episódio, além de dialogar com outras autoridades para compreender o que aconteceu", diz um trecho do comunicado.
Confira abaixo a íntegra
"O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) acompanha com atenção o caso da operação policial que vitimou ao menos 10 pessoas na última sexta-feira (28) no Guarujá (SP). As denúncias são graves e merecem ser apuradas com rigor.
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos já foram acionadas a acompanhar as investigações e fiscalizar as providências adotadas pelas autoridades em relação a esse episódio, além de dialogar com outras autoridades para compreender o que aconteceu.
Por essas razões, o ministro Silvio Almeida solicitou na manhã desta segunda-feira (31) que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos entrasse em contato com autoridades locais a fim de compreender o que de fato aconteceu. Na ocasião, o gestor enfatizou que um crime bárbaro foi cometido e que o respeito aos direitos humanos deve ser preservado tanto para agentes de segurança pública como para a população dos territórios onde a polícia atua"