INELEGÍVEL

VÍDEO: Bolsonaro chama Lula de "jumento" e cita "ponta da praia", local de execuções da ditadura

Em desespero, ex-presidente apela para o radicalismo, fala palavrão, ataca a Justiça e defende golpistas

Bolsonaro durante evento do PL em São Paulo.Créditos: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Durante participação em evento de filiações ao seu partido, o PL, realizado em São Paulo (SP) neste terça-feira (25), Jair Bolsonaro demonstrou estar desesperado com sua inelegibilidade, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (STF), e sinalizou certa apreensão ao apelar para o radicalismo, falar palavrões, atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Justiça brasileira. 

Em um discurso longo e com tom exaltado, o ex-presidente xingou Lula de "jumento", disse querer voltar à presidência da República e reclamou de sua condenação na Justiça eleitoral. 

"A quem interessa... Leva-se em conta os países europeus, os países do norte, interessa eu ou um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto. Um jumento, por que não dizer assim?", declarou, arrancando gritos de "mito" da plateia composta por filiados ao PL e outros aliados radicais. 

Segundo Bolsonaro, o TSE o condenou à inelegibilidade pelo fato de ele querer se presidente por mais um mandato, e não por abuso de poder ao convocar uma reunião com embaixadores estrangeiros para atacar o sistema eleitoral brasileiro. 

"Triste um país que pune um político não pelos seus defeitos ou erros, mas por suas virtudes. Eu fui punido no TSE por virtude. Vontade de ser presidente novamente, não é verdade? Eu queria ir para a praia, mas entendo que é uma missão", afirmou. 

Veja vídeos

Local de tortura e execuções na ditadura militar 

Em outro momento de sua fala, Bolsonaro saiu em defesa dos golpistas que participaram dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro e ainda usou a expressão "ponta da praia" para se referir àqueles que defendem o Estado Democrático de Direito. 

"Ponta da praia" é um termo usado por militares para se referir à Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, local que ficou conhecido por ser onde se praticavam tortura, execução e desova de corpos de presos políticos na ditadura miliar

"Qualquer um pode ser preso hoje em dia por nada. […] Qual é a acusação? Ofendeu o Estado democrático de Direito. Ah vá pra ponta da praia! Tudo é Estado democrático de Direito", disparou.