O deputado José Guimarães (PT-CE) concedeu entrevista à TV Fórum nesta quarta-feira (12) na qual afirmou que o PP, o Republicanos e a Federação PSDB/Cidadania irão embarcar formalmente no governo Lula. O líder do governo assegurou que haverá mexidas em ministérios e estatais, mas não quis adiantar nomes: “isso é com o presidente Lula”. O que ele assegurou é que o governo terá uma base sólida na Câmara no segundo semestre.
A íntegra da entrevista irá ao ar nesta quinta (13) às 15h na TV Fórum. Guimarães termina o semestre legislativo aliviado e sentindo-se vitorioso, depois de momentos de grande tensão. “Na votação da MP da Esplanada (que configurou o governo Lula) houve um momento em que achei que o teto do plenário Ulysses Guimarães ia desabar nas nossas cabeças”. Eu atalhei: “na sua, não é?”. Guimarães riu e concordou.
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Segundo o líder, há consenso no que ele qualificou como cúpula do governo Lula sobre o ingresso dos partidos do Centrão no governo. Ele listou como nomes relevantes para este consenso o presidente Lula, ele próprio, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e, os ministros Alexandre Padilha e Rui Costa e de maneira talvez surpreendente, Fernando Haddad. A menção ao ministro da Fazenda demonstra o peso que Haddad adquiriu no governo.
As contas de Guimarães batem com as que tenho apresentado desde o início da legislatura no programa Fórum Café. São, grosso modo, 130 parlamentares dos partidos que levaram Lula à vitória eleitoral (genericamente, a centro-esquerda), 130 da extrema direita e 250 do Centrão. Essa foi a causa da instabilidade nos primeiros meses, quando o governo enfrentou grandes apuros na Câmara. “Precisávamos dialogar e ampliar”.
Os números são, de fato, inequívocos. A base parlamentar ganha 146 deputados com o ingresso do PP (47), Republicanos (40) e da Federação PSDB/Cidadania (18) e mais o fim do vai-não-vai do União Brasil (59). Guimarães calcula que mais 20 deputados do PL que são do Centrão e não do bolsonarismo. Com o poder de atração da base lulista somada ao Centrão, o líder imagina que irá se consolidar um bloco de mais 20 deputados (ou até mais) de partidos menores como Podemos, Avante, Solidariedade e outros. Isso quer dizer que o governo terá mais de 370 deputados em sua base -Guimarães mostrou o número de aprovação da reforma tributária (382 no primeiro turno de votação e 375 no segundo) e afirmou que “essa deverá ser a base do governo no segundo semestre”. É uma base mais que suficiente para aprovar até emendas à Constituição (308).
Guimarães preparava-se para viajar ao Ceará e aproveitar as duas semanas de recesso parlamentar, ao final da entrevista. Mas ainda havia uma pequena fila de deputados para serem atendidos.