MORO

Cristiano Zanin: os embates que fizeram o advogado ganhar a confiança total de Lula

O advogado teve que brigar tanto com Moro e procuradores quanto com aliados; no final das contas, provou que suas teses estavam corretas

Cristiano Zanin e Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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O advogado Cristiano Zanin, recém indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga de Ricardo Lewandowski ao Supremo Tribunal Federal (STF), travou ao menos dois embates com aliados que foram fundamentais para ganhar a total confiança do presidente.

Um deles ocorreu em 2018. O ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, que integrava na ocasião a equipe de advogados de Lula, defendia o pedido de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica para o ex-presidente, que estava naquele momento na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

Lula era contra, dizia que não era pombo pra usar tornozeleira. Além disso, dizia também que se negociasse qualquer atenuante para a sua prisão estaria assumindo uma culpa que, conforme ficou atestado posteriormente, não tinha.

Mesmo assim, Pertence apresentou a demanda ao STF. Assim que soube, Zanin e sua esposa, Valeska Teixera, que também representava Lula, desmentiram o ex-ministro por meio de uma nota pública. Pertence deixou a defesa logo depois.

Suspeição de Moro

O outro episódio foi fundamental para a posterior libertação de Lula. Zanin defendia, em 2018, que se apresentasse à Justiça um habeas corpus para solicitar que o ex-juiz Sérgio Moro fosse considerado suspeito no caso. O que motivou a ação foi o ex-juiz ter aceitado o cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, eleito naquele ano.

Aliados petistas discordavam da tese, achavam que Moro estava “forte demais” na época e o pedido poderia aumentar a tensão e até elevar a pena de Lula.

Zanin ameaçou deixar a defesa caso o pedido de suspeição de Moro fosse retirado. Lula bateu o pé se posicionou para que o habeas corpus fosse mantido. Em 2021, o STF considerou Moro um juiz parcial e o presidente foi libertado.

Com informações da coluna de Bela Megale