Desesperado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para atacar o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves, relator do julgamento e que votou pela inelegibilidade do ex-mandatário.
Bolsonaro pinçou uma declaração do presidente do PDT, Carlos Lupi, sobre a impressão do voto e a desvirtuou, como se o pedetista tivesse a mesma opinião.
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"O senhor Ministro Benedito Gonçalves, relator, deu o seu voto pela minha inelegibilidade por oito anos sob a acusação de abuso de poder político em uma reunião com embaixadores. Agora, o autor da ação é o senhor Carlos Lupi, presidente do PDT e atual ministro da Previdência Social do governo Lula", diz Bolsonaro. Em seguida, ele coloca uma declaração de Lupi em defesa da impressão do voto.
No entanto, Bolsonaro desvirtua a fala de Carlos Lupi e tenta equipará-la às suas declarações que colocam em dúvida a lisura do sistema eleitoral brasileiro, coisas completamente distintas. Confira abaixo:
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Bolsonaro está perto de ser preso
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou nesta terça-feira (27) o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso da estrutura do Estado para fins privados.
Para embasar sua decisão, Benedito Gonçalves fez referência à obra "Engenheiros do caos" (2019), do pesquisador e jornalista Giuliano da Empoli, que destaca o encontro com os embaixadores como o ponto de partida para a disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral e os resultados das eleições de 2022 por parte do ex-presidente e seus aliados.
De acordo com o voto do ministro Benedito Gonçalves, a expressiva votação da chapa Bolsonaro-Braga Netto deve-se ao caos informacional promovido pelo ex-presidente e seus apoiadores, que gerou dúvidas em milhares de eleitores.
Diante de todas as considerações apresentadas pelo ministro, ele votou pela condenação de Jair Bolsonaro e pela sua inelegibilidade por 8 anos. No entanto, há dois desdobramentos que podem agravar ainda mais a situação do ex-presidente.
Ao final de seu voto, Benedito Gonçalves determina que "a decisão seja comunicada de forma imediata, por meio do envio do voto e, posteriormente, do acórdão: a) à Procuradoria-Geral Eleitoral, para análise de possíveis medidas na esfera penal; b) ao Tribunal de Contas da União, levando em consideração o comprovado uso de bens e recursos públicos na realização de um evento que teve finalidade eleitoreira".
Em outras palavras, além de ficar inelegível, o ex-presidente está cada vez mais próximo de ser preso, uma vez que Benedito Gonçalves abriu caminho para medidas na esfera penal, e também terá que pagar uma multa milionária por ter utilizado a estrutura do Estado (como o Palácio do Planalto e os canais de comunicação oficiais da Presidência da República) para divulgar ideias pessoais e criar um caos eleitoral com o intuito de interferir no processo das eleições de 2022.