PARIS, FRANÇA

Lula desmarca jantar com o príncipe saudita das joias que Bolsonaro tentou contrabandear

Mohamed bin Salman, futuro monarca da Arábia Saudita, é acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmarcou, nas últimas horas, sua ida a um jantar oferecido por Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita que em 2021 enviou as joias milionárias por meio de uma comitiva do Ministério de Minas e Energia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentou incorporá-las de forma irregular ao seu acervo pessoal.

Lula está em Paris, na França, onde cumpre agenda repleta de reuniões bilaterais, encontros e participações em eventos. O jantar da noite desta sexta-feira (23) seria o último compromisso do petista em solo francês antes da volta ao Brasil. Ainda não é conhecida a razão do cancelamento do jantar.

Mohamed bin Salman, futuro monarca da Arábia Saudita, é acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. O profissional era um contundente crítico do regime saudita, taxado como ditatorial ao longo do planeta. Foi visto pela última vez quando entrava na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Investigações apontam que após ser morto teria sido esquartejados pelos agentes que executaram o crime e escondido de forma tão profissional que até hoje seus restos mortais não foram encontrados.

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Em outubro de 2021, o então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, chegava ao aeroporto de Guarulhos da viagem à Arábia Saudita, quando foi parado pela Receita Federal. Os agentes então apreenderam um pacote de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões à época, que seria destinado à então primeira dama Michelle Bolsonaro. Um segundo pacote, então avaliado em R$ 5 milhões e destinado ao presidente Jair Bolsonaro acabou passando pelo crivo dos agentes dentro da bagagem do ministro. Após as eleições perdidas em outubro de 2022, uma série de tentativas de reaver o pacote de joias apreendido foi tentada por Bolsonaro e seu entorno, incluindo a atuação do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.

O caso veio a público em março de 2023, com Lula já empossado, e pode se transformar em mais um problema jurídico ao ex-presidente de extrema-direita. Após ser acusado de tentar incorporar os bens ao seu acervo pessoal antes do término do mandato, Bolsonaro acabou abrindo mão do pacote apreendido e devolveu os pacotes que estavam em sua posse. Recentemente foi feita uma reavaliação das joias: clique aqui e saiba mais.