O senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), durante a sabatina de Cristiano Zanin no Senado Federal, já que o advogado foi indicado para uma vaga no STF pelo presidente Lula (PT), iniciou sua intervenção com uma declaração que deixou seus colegas de parlamento impressionados, sobretudo pelo tom de suspense que deu àquilo que falaria.
“Doutor Zanin, eu quero trazer uma notícia a esta casa: o presidente da República, após um longo período na prisão, nomeou seu advogado pra a Suprema Corte Constitucional. Só que o presidente da República não é Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da República é Nelson Mandela, e o advogado não é Cristiano Zanin, o advogado é Arthur Chaskalson. Depois de 31 anos de Nelson Mandela preso, assim, após a instituição da primeira corte constitucional sul-africana, o presidente Mandela nomeia o seu advogado, do processo de Rivônia, de 1963. Nesse processo, Chaskalson saiu vitorioso... Mas muitos vão dizer: “Mandela foi condenado”. Sim, foi condenado à prisão perpétua, mas o desejo da promotoria naquele caso era condenar Mandela ao enforcamento. A prisão perpétua, na quele processo de Rivônia, foi uma vitória. 31 anos depois, em 1995, logo após a sua eleição à Presidência da República, Mandela nomeia Chaskalson juiz da Suprema Corte. E uma de suas primeiras providências em julgamento, e atuando como juiz, foi abolir a pena de morte naquele país, como parte da obra da reconciliação nacional. Sempre, nesses episódios da história, é importante destacar quando falam de ‘eventual indicação pessoal’ do presidente da República. E esse destaque histórico, eu faço questão de trazer aqui à colação”, disse o senador.
Randolfe se referia a um fato histórico amplamente reconhecido, a condução promovida por Nelson Mandela, que ocupou a Presidência da África do Sul entre 1994 e 1999, de seu advogado pessoal, Arthur Chaskalson, ao cargo de juiz da Suprema Corte Constitucional daquela nação. Mandela esteve preso injustamente por 31 anos e quase foi condenado à morte na forca em 1963, no caso conhecido como ‘Processo de Rivônia”, num julgamento que acabou por sentenciá-lo à prisão perpétua, em pleno regime do Apartheid, que institucionalizada a discriminação racial na África do Sul e massacrava a população negra.
A fala foi uma analogia com o caso de Lula, que após o violento processo de lawfare a que foi submetido pelo então juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato, acabou condenado e passou 580 dias atrás das grades, sendo retirado de lá e tendo a justiça sendo reestabelecida muito pela atuação brilhante de Zanin.
Veja o vídeo com a fala emocionante: