Jair Bolsonaro (PL), que nunca foi conhecido por sua astúcia, paciência ou inteligência, resolveu jogar tudo para o alto e acionar o botão de pânico numa entrevista concedida à CNN Brasil nesta quarta-feira (21). O ex-presidente de extrema direita será julgado nesta quinta (22), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e pode ficar inelegível por oito anos em decorrência de uma “conferência” realizada em junho do ano passado, quando ainda estava no cargo, na qual juntou embaixadores de dezenas de nações para atacar o sistema eleitoral brasileiro.
O normal, numa situação assim, é demonstrar confiança e falar em inocência, mesmo que o prognóstico não seja dos melhores, para só depois, numa eventual condenação, adotar outra estratégia. Mas não. Bolsonaro já saiu adiantando o resultado de seu julgamento e soltou no ar seu pessimismo e sentimento de derrota.
“Hoje em dia, é quase uma unanimidade que vou perder a ação. Essa é uma verdade”, disparou o líder extremista de direita.
Ainda na conversa com os jornalistas, que em momento algum fizeram perguntas contundentes diante do farto teor probatório que existe contra o ex-capitão do Exército, Bolsonaro tentou minimizar o que fez e falou aos representantes diplomáticos estrangeiros, alegando que “estão fazendo uma tempestade num copo d’água” por causa de seu ato golpista, chegando ao ponto de afirmar que “nenhum presidente foi mais democrático do que ele”.