O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, além de ter mentido sobre ao menos três fatos na Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil, a CPMI dos Atos Golpistas, negou que mantivesse relação próxima ou de amizade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família.
Vasques é réu em um processo que corre na Justiça do Rio de Janeiro em que é acusado de improbidade administrativa por, supostamente, ter feito uso indevido de seu cargo como diretor da PRF para beneficiar eleitoralmente Jair Bolsonaro. Na denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), constam fotos de Vasques com o ex-presidente e evidências sobre a proximidade entre ambos, que ultrapassaria a esfera profissional.
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Questionado sobre essas relações, o ex-diretor da PRF "não tem qualquer relação íntima" com o ex-presidente ou sua família e que Bolsonaro demonstrava "carinho" com a instituição.
"Foi um dos questionamentos: 'Ah, por que o senhor tem foto com o presidente da República, lá na ação do Rio de Janeiro? Porque foi o único que deixou bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente bater foto. Como é que eu ia ter foto com outro presidente?", declarou.
Em um dos intervalos da CPMI, entretanto, Vasques foi flagrado aos risos, apertos de mão e abraços com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do ex-mandatário, demonstrando ter certa intimidade com os membros da família.
O registro foi feito pelo jornalista André Borges, que escreveu: "Silvinei Vasques disse para a CPI dos Atos Golpistas que não tem relação com os Bolsonaro, que mal os conhece, nada mesmo. Certo. Isso aqui acabou de acontecer no intervalo da comissão".
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O jornalista reportou, ainda, que Vasques recebeu conselhos de Eduardo Bolsonaro. “Temos que entrar com mais energia na CPI”, teria dito o deputado ao ex-diretor da PRF.