SATANISMO

Flávio Bolsonaro é condenado pela Justiça por jogo sujo contra Lula

Senador tentou recuar do ataque que o levou a ser julgado, mas não adiantou

Flávio Bolsonaro chora e enxuga as lágrimas com uma bandeira do Brasil.Créditos: Reprodução
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (9), por divulgar um vídeo em que tenta associar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao satanismo ao manipular a opinião pública para dar a entender que o petista teria "pacto com o demônio"

Segundo o TSE, o filho de Jair Bolsonaro incorreu em propaganda eleitoral negativa e terá que pagar uma multa de R$ 5 mil - mesma sanção aplicada ao vereador Rômulo Quintino (PL), de Cascavel (PR), que também divulgou o vídeo em questão. 

Trata-se da edição de um discurso de Lula, feito em agosto de 2021, publicada por Flávio Bolsonaro nas redes sociais em fevereiro de 2022. O então pré-candidato à presidência pelo PT participou de um evento com o movimento negro em Salvador (BA) e, em dado momento, disse que bolsonaristas estavam espalhando a fake news de que ele teria "pacto com o demônio" por ter participado de um ritual de candomblé. 

Na postagem de Flávio, foi divulgado apenas o trecho em que Lula fala sobre o "pacto com o demônio" com a seguinte legenda escrita pelo senador: "Envie este vídeo a sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual”. 

A fala original de Lula, entretanto, dava conta justamente da distorção de seus discursos feita por opositores. 

“Ontem, quando eu cheguei, as mulheres jogaram pipoca em mim e me entregaram um Xangô. Nas redes sociais do bolsonarismo, eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e que o demônio está tomando conta de mim. É uma campanha massiva, é uma campanha violenta, como eles sabem fazer, do mal”. disse o petista à época. 

Moraes dá pito em relatora

A decisão do TSE de condenar Flávio Bolsonaro foi quase unânime. O único voto divergente foi o da relatora do caso, ministra Maria Claudia Bucchianeri, argumentando que a publicação em questão foi feita antes do período oficial de campanha. 

Presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes, entretanto, deu um pito na colega para derrubar a justificativa para seu voto contrário. 

“Não podemos ser avestruz. É claro que é uma propaganda negativa, com cunho discriminatório, discurso de ódio nefasto, com armação feita pelo vereador e compartilhada pelo senador Flávio Bolsonaro. É o modus operandi das fake news”, disparou o magistrado, ressaltando que a postagem do vídeo editado teve caráter “absolutamente eleitoral”.