BURACO SEM FUNDO

Ailton Barros, “2° irmão de Bolsonaro”, mobilizou radicais para impedir posse de Lula

Amigo íntimo do ex-presidente, que frequentava o gabinete da Presidência, teria se mobilizado para pôr em marcha um golpe de Estado. Entenda a revelação

Créditos: Redes sociais/Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

A Polícia Federal (PL) já tem o elo que comprovaria a conexão do ex-major do Exército Ailton Barros, amigo íntimo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o chama de “2° irmão”, com uma tentativa de golpe de Estado que impediria a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do jornalista Cesar Tralli, da GloboNews.

“Apurei com a Polícia Federal que ela já encontrou a ‘digital’ de Ailton Barros nos inquéritos das milícias digitais. Quebras de sigilos telemáticos avançaram e confirmaram as suspeitas de que o Ailton teria mobilizado bolsonaristas radicais para tentar impedir a posse do presidente eleito Lula. São conversas com o coronel Mauro Cid, com outras pessoas também muito próximas ao ex-presidente Bolsonaro. As investigações passam pela quebra de sigilo bancário de suspeitos de envolvimento com os atos golpistas do 8 de janeiro, e agora portanto as acusações vão se somar ao que foi descoberto nesta operação da adulteração do cartão de vacinação do Bolsonaro”, anunciou Tralli na edição das 18h da GloboNews.

Investigações enrolam cada vez mais Bolsonaro

Quanto mais se aprofundam as investigações sobre o caso do esquema de fraude de carteiras de vacinação envolvendo Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-assessores, mais a situação do ex-presidente vai se complicando. Um dos presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Venire, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, Ailton Barros, era de uma relação tão próxima com o então chefe de Estado que o acompanhou pessoalmente para votar no dia do 2° turno das eleições do ano passado. Ele foi chamado de "segundo irmão" pelo ex-mandatário.

Barros apareceu também, nesta quinta (4), em áudios registrados dentro do Palácio do Planalto tramando um golpe de Estado com o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o então ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu mandato, que também foi preso no episódio das fraudes de certificados de imunização. Além disso, o "segundo irmão" do então presidente admite saber quem seria o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, fuzilada por milicianos em março de 2018.

“Ailton, você sabe, você é um velho colega meu, paraquedista. Tu é meu segundo irmão, né? Primeiro é o Hélio Negão, depois é você. Tu sabe do carinho que tenho contigo, da nossa amizade”, disse Bolsonaro a Barros num áudio encaminhado ao homem que serviu durante alguns anos com o líder extremista no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, no Rio. A divulgação da mensagem por parte de Borges foi feita em 1° de outubro de 2022, véspera da primeira volta do pleito nacional.

Nas redes sociais de Barros, uma série de publicações mostra a intimidade dele com Bolsonaro, já depois do radical de extrema direita ter se tornado presidente da República. Ele tentou uma vaga como deputado federal pelo PL, partido de Bolsonaro, na última eleição, mas não conseguiu se eleger, mesmo usando a figura do “irmão” famoso e com grande eleitorado.

O envolvimento – Ailton Barros foi procurado pelo tenente-coronel Mauro Cesar Cid para cumprir a missão de conseguir um certificado falso de vacinação para sua esposa, Gabriela Santiago Ribeiro Cid. O “velho amigo” de Bolsonaro conseguiu o documento frio e o obteve com a ajuda de um ex-vereador carioca, Marcelo Siciliano (PP).