INTOLERÂNCIA

Professora é demitida por usar camiseta com frase "seja marginal, seja herói", de Hélio Oiticica

Após deputado bolsonarista detonar professora nas redes, o post viralizou e apoiadores do ex-presidente começaram a fazer várias acusações contra ela.

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Uma professora de História da Arte foi demitida de uma escola após o deputado federal Gustavo Gayer (PL) criticá-la, por meio das redes sociais, por ela usar uma camiseta com a frase de um dos maiores artistas da história da arte brasileira.

O caso, que simboliza bem os tempos de intolerância e culto à ignorância no Brasil dos últimos anos, ocorreu na cidade de Aparecida de Goiás em uma escola privada.

A informação foi revelada pelo site G1, que não citou a identidade da professora, e rapidamente gerou indignação nas redes sociais.

A expressão na camiseta faz alusão à obra 'Seja marginal, Seja herói', de Hélio Oiticica (1937-1980), um dos mais importantes artistas brasileiros e que a professora frequentemente trabalhava em sala de aula por ser tema de questões de vestibular.

Bolsonaristas foram até o perfil do colégio nas redes sociais e cobraram providência por parte da instituição. Em nota, divulgada nas redes sociais, os colégios Expressão e Expressão Júnior, afirmam que a “escola não é lugar de propagar ideologias políticas, religiosas ou preconceituosas”.

O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás, Sinpro Goiás, informou que "além de repudiar com veemência a atitude covarde e irresponsável do deputado, informou que entrou com uma ação na Justiça Federal contra ele, assinada também pelo Sintego, Fitrae-BC e Contee, solicitando a exclusão das redes sociais disseminadoras de ódio e falsas notícias, incluindo-se a página dele que persegue professores/as em nome do monitoramento da suposta doutrinação".

O Sinpro Goiás também "ajuizou outra ação, civel, para que sejam reparados os danos materiais e morais sofridos pela professora. Está também em fase final de elaboração a ação trabalhista contra o colégio, em caso de consumação jurídica da demissão da docente".

O caso provocou indignação nas redes sociais. 

Em março, o Sindicato dos Professores de Goiás já alegava "perseguição" e prometia levar o deputado federal Gustavo Gayer (PL) à Justiça Federal, citando outros casos de intolerância, perseguição e propagação de fake news.