Uma ordem expedida na última quarta-feira (17) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o deputado federal Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da CPI do MST, seja investigado pela Polícia Federal (PF). A acusação é a de que o parlamentar de extrema direita seria um dos incentivadores e patrocinadores dos atos golpistas ocorridos no Rio Grande do Sul, seu estado, e em Brasília, que culminaram com a invasão e destruição das sedes dos três poderes da República em 8 de janeiro deste ano.
A informação que atribui a Zucco a participação direta no bloqueio de estradas gaúchas e no incentivo aos terroristas que atacaram o DF foi levada ao Ministério Público Federal (MPF), que então acionou o Supremo, foro responsável por investigar parlamentares. A suposta ação do bolsonarista teria ocorrido após a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como as postagens nas redes sociais teriam sido feitas antes de Zucco assumir o mandato como deputado federal, a investigação foi aberta e iniciada no TRF-4, para só agora ser remetida ao STF, em decorrência de seu foro privilegiado.
Figura de primeira-linha do bolsonarismo na Câmara, o Tenente-coronel Zucco foi escolhido presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito concebida pelos setores mais ultrarreacionários da Casa, com apoio do agronegócio, para através dela criminalizar a luta pela reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, uma bandeira fortemente explorada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por suas falanges de seguidores mais radicais.