O ex-deputado Jean Wyllys, que saiu do Brasil após a chegada de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência, momento em que passou a sofrer com ameaças de morte cada vez mais específicas e objetivas, ficou indignado com a comparação que estariam fazendo entre o seu caso e uma hipótese sobre o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) abandonar a política. Segundo o colunista Daniel Cesar, do Ig, Moro estaria “prestes a renunciar e sair do país”, visto que a possibilidade de ter o mandato cassado, como ocorreu com o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), é grande e ele se sentiria “perseguido” ficando no Brasil. A suposta fonte que dá a informação diz que o ex-juiz da Lava Jato seria uma espécie de “Jean Wyllys da direita”.
“Li que o partido de Sergio Moro está sugerindo que ele renuncie ao mandato antes de ser cassado pelo TSE, saia do país e se “apresente ao mundo” como “perseguido político”. A sugestão do líder do partido dele é que ele seja “o Jean Wyllys da direita”. Minha resposta a este absurdo é esta... A única coisa que posso dizer é que essa comparação é insultante e mistificadora, na medida em que esconde a verdade dos fatos. Eu fui obrigado ao exílio por causa de ameaças de morte contra mim e contra minha família antes e após a execução de Marielle Franco por sicários das milícias que que mantêm relações com a família Bolsonaro, que, na ocasião, acabava de se eleger presidente com a ajuda delas e do próprio Sergio Moro. Que, aliás, virou ministro desse governo de bandidos, incompetentes e assassinos de reputações. As provas últimas de que o governo Bolsonaro não só corrompia a democracia e ameaçava a oposição política são os ataques terroristas de 8 de janeiro. Não preciso nem falar da gestão criminosa da pandemia de Covid-19, nem do genocídio Ianomâmi. A violência política, as ameaças de morte e a campanha de difamação perpetradas pela extrema direita me obrigaram ao exílio. Moro não sofre qualquer ameaça. Respira a liberdade democrática restaurado pelo governo Lula. Tenho certeza de que os ministros Flávio Dino e Silvio Almeida podem garantir que Moro está em total segurança, ao contrário de mim, naquele momento da eleição do miliciano. Seu medo de ser cassado é ir parar na prisão por causa de seus crimes contra a pátria. Meu caso foi de exílio. O dele será de fuga”, disse Jean à Fórum.