O agora ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), antigo procurador-chefe da Operação Lava Jato, cassado por unanimidade pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite de terça-feira (16), em decorrência de uma ação ajuizada que questionava sua elegibilidade, tenta uma última e desesperada cartada para recuperar o mandato parlamentar.
Após um placar demolidor e sem ver chances reais de reverter a decisão do TSE no Supremo Tribunal Federal (STF), Dallagnol tem se reunido, nas últimas horas, com parlamentares da oposição ao governo Lula (PT), principalmente bolsonaristas, para tentar convencer o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a “reagir” à sentença da mais alta corte eleitoral do país.
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A mobilização tentada por Dallagnol tem a clara intenção de persuadir seus pares a encamparem uma luta contra decisões do tipo, com o argumento de que elas tornariam todos os deputados alvos fáceis e frágeis a qualquer investida do Judiciário, enfraquecendo suas prerrogativas de foro e a imunidade parlamentar.
No entanto, o que se fala pelos corredores do Congresso é que a situação do ex-procurador federal e agora também ex-deputado é bem diferente do que ocorreu com Daniel Silveira, o então deputado bolsonarista que ofendeu e ameaçou ministros do STF, que acabou preso e condenado, mesmo tendo sido posteriormente “perdoado” com uma “graça” presidencial, que por fim foi invalidada.
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Silveira estava legitimamente no mandato e cometeu um crime no exercício deste. Ali, a tese de um possível enfraquecimento dos parlamentares em relação à sua imunidade era algo bem mais plausível e fácil de ser empurrado goela abaixo dos colegas, diferentemente da situação de Dallagnol, que teve a sua candidatura questionada, algo, portanto, anterior à sua eleição e ao início de seu mandato.