A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas só deve começar a funcionar depois que o novo arcabouço fiscal do governo Lula for votado, o que está previsto para a semana que vem.
A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta do PT Nacional, disse em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta quarta-feira (17), que o início dos trabalhos da CPMI só deve começar depois da votação do novo arcabouço fiscal do Governo.
"Eu não sei quando vai ser instalada, eu não sei se teve essa decisão por parte da Mesa. Parece-me que o Arthur Lira quer esperar votar o arcabouço para na semana que vem para depois fazer a instalação da CPMI", afirmou.
A previsão do início dos trabalhos da CPMI era nesta quarta. Só que até agora apenas metade dos integrantes para atuar no colegiado foram indicados. É preciso que ao menos um terço dos parlamentares sejam designados pelas lideranças partidárias.
Apenas 16 dos 32 nomes de deputados e deputadas e senadores e senadoras titulares foram apresentados pelos partidos. A bancada do governo no Congresso terá pelo menos 12 das 32 vagas da comissão. A oposição terá direito a nove indicações.
No último dia 10, a Federação Brasil da Esperança na Câmara, formada pelo PT, PCdoB e PV, divulgou as indicações de titulares Rubens Pereira Jr (PT-MA), Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e suplentes, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Carlos Veras (PT-PE) e delegada Adriana Accorsi (PT-GO).
Críticas ao arcabouço
A ausência de Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou a atenção e gerou críticas. Em entrevista do Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (15), o parlamentar carioca comentou que ficar de fora da CPMI foi revoltante. Ele foi barrado por discordar do novo arcabouço fiscal.
Gleisi, em entrevista nesta quarta ao Fórum Onze e Meia, lamentou Farias não estar na CPMI. Para ela, um dos melhores quadros políticos do PT.
"Sabe fazer o enfrentamento no debate. Até vi na imprensa que seria isso em razão das críticas que ele fez ao arcabouço, o que é um equívoco político, muito ruim. Eu defendi o nome dele", afirmou.
A federação Psol-Rede também fez suas indicações na Câmara a deputada Erika Hilton (Psol-SP) e o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ).
A voz das redes
Outro nome que, até agora, está fora da CPMI é o de André Janones (Avante-MG). Nas redes internautas progressistas defendem o nome do deputado. Em um levantamento especial realizado pelo DataFórum em 27/4, que coletou tuítes com os termos “CPI” e “CPMI”, um dia depois da criação do colegiado, mostrou que entre os parlamentares de esquerda, apenas o parlamentar mineiro e Boulos estão entre os maiores influenciadores digitais.
CPI da Covid II
No Senado a bancada do governo reuniu veteranos da CPI da Covid, de 2021. Foram escalados o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente do colegiado que foi uma pedra no sapato do governo Bolsonaro.
Na suplência, Fabiano Contarato (PT-ES), líder do PT no Senado, que também se destacou no enfrentamento ao negacionismo de Bolsonaro durante a CPI da Covid.
Bolsonaristas
A oposição também indicou senadores que participaram da CPI da Covid: Eduardo Girão (Novo-CE) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS). A lista tem ainda os bolsonaristas Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).
Na Câmara, o PL indicou André Fernandes (CE), Eduardo Bolsonaro (SP) e Delegado Alexandre Ramagem (RJ) como titulares e Nikolas Ferreira (MG), Marco Feliciano (SP) e Filipe Barros (PR) como suplentes.
O Republicanos na Câmara indicou o Aluisio Mendes (MA), como titular , e Roberto Duarte (AC), como suplente.