O jurista Pedro Serrano ficou indignado com o que aconteceu com o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR), que foi tirado de um avião pela Polícia Federal (PF) para uma revista aleatória.
De acordo com o jurista “a revista em passageiro embarcado só existe com suspeita de crime”. Para ele, “o que houve com Renato Freitas tem nome, chama racismo. O governo não pode deixar sem apuração essa conduta da PF”, concluiu.
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Relembre o caso
A abordagem a Renato Freitas aconteceu no dia 3 de maio. Freitas tinha ido cumprir uma agenda em Foz do Iguaçu (PR) a convite do Ministério dos Povos Indígenas e, depois de embarcar em um avião no aeroporto da cidade para retornar a Curitiba, pouco antes da decolagem, policiais entraram na aeronave e o retiraram da cabine para que ele fosse revistado, mesmo já tendo passado, antes, pela inspeção na máquina de Raio X.
O deputado gravou toda a cena com seu celular. "Não sei o que está acontecendo. Estou no avião, a Polícia Federal parou o voo e está me chamando. Parece que sou suspeito de alguma coisa e quero saber do que", afirmou Renato Freitas enquanto se dirigia para fora do avião.
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Deputado comentou o caso
Freitas conta que, após chegar no aeroporto, passou pelo sistema de Raio X e nada que impedisse seu embarque foi encontrado. Segundo ele, uma funcionária, após a primeira inspeção, o olhou "com preconceito" e pediu para que ele aguardasse pois um policial federal iria revistá-lo.
"Ela falou: 'você espera aqui, vou chamar a PF. Quando ele [um policial federal] chegou, disse que a revista já estava feita. Aí, depois, entrei no voo", detalhou o deputado.
Pouco antes da decolagem, no entanto, um comissário o abordou dizendo que a PF queria revistá-lo novamente, ordenando que ele saísse do avião. Foi neste momento que Renato Freitas passou a gravar a "inspeção aleatória".
"Por que? Se iam fazer uma abordagem dessas, por que não fizeram no Raio X? Em nenhum momento me neguei. Por que tentaram me constranger dessa forma no avião? Acho que é por conta da forma que a polícia nos vê, como uma ameaça", desabafou o parlamentar em vídeo publicado através do Instagram.
PF se pronuncia
Em nota divulgada após a repercussão do vídeo, a Polícia Federal informou que Renato Freitas passou pela inspeção depois de já ter embarcado pois "teria se recusado a se submeter a medidas adicionais de segurança estabelecidas pela Resolução, no aeroporto de Foz do Iguaçu/PR". O deputado, entretanto, nega que tenha se recusado a passar pela revista inicial.
Confira abaixo a íntegra da nota:
A Polícia Federal informa que foi acionada no último dia 3 de maio para auxiliar Agente de Proteção da Aviação Civil (APAC) na inspeção de passageiro que teria se recusado a se submeter a medidas adicionais de segurança estabelecidas pela Resolução, no aeroporto de Foz do Iguaçu/PR.
Este teria se recusado a passar pelo procedimento no local indicado e se dirigido diretamente até a aeronave. Dessa forma, a equipe de inspeção do aeroporto acionou a PF para que a acompanhasse até o avião e procedesse à inspeção devida.
Cumpre ressaltar que a condução da inspeção de segurança é feita por Agente de Proteção da Aviação Civil (APAC), contratado pelo operador do aeródromo.
A Polícia Federal esclarece que todos os procedimentos foram realizados em conformidade com a resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Ressalta ainda que eventuais abusos ou falhas na condução do procedimento serão devidamente apurados