TENTATIVA DE GOLPE

Abin informou ao GSI que PMs e militares estavam comprometidos com terroristas

Alerta que teria sido disparado menos de 1h antes dos ataques de 8 de janeiro e falava sobre “militares e policiais não confrontarem manifestantes”. Leia a mensagem

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A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou um alerta para o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República em 8 de janeiro, já sob o comando do general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, uma hora antes do início dos ataques terroristas às sedes dos três poderes da República, informando que PMs do DF e militares das Forças Armadas não confrontariam os extremistas bolsonaristas. O GSI, ainda sob a gestão de Bolsonaro e depois nos primeiros dias do governo Lula, é apontado como elemento central na tentativa de golpe de Estado que pretendia impedir a posse do petista.

“Iniciado o deslocamento para a Esplanada. Há discursos inflamados com pessoas pintando o rosto como se fossem para um combate. Há entre manifestantes relatos de que as forças de segurança policiais e militares não irão confrontá-los”, diz a mensagem disparada ao GSI às 13h40 daquele fatídico 8 de janeiro, à qual o jornal Folha de S.Paulo afirma ter tido acesso.

Enviados via WhatsApp, o que é uma excrescência e se tornou praxe durante a administração de Jair Bolsonaro (PL), os informes sobre a situação em Brasília passaram a ser emitidos a partir do dia 2 de janeiro, logo após a festa da posse, e teriam como destinatários o Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) e o ministro-chefe do GSI, àquela altura o general G. Dias.

As imagens de dentro do Palácio do Planalto que vieram à tona nos últimos dias, primeiramente por um vazamento manipulado realizado pela CNN Brasil e depois divulgadas pelo próprio governo federal, mostram que os agentes do GSI não fizeram absolutamente nada para impedir a invasão da sede da chefia do Estado brasileiro por parte dos terroristas. Em muitos casos, eles parecem até cooperar com os criminosos, indicando caminhos e dando garrafas d’água a eles.

A estrutura do GSI no dia 8 de janeiro, apenas uma semana após Lula assumir a Presidência, era praticamente a mesma da gestão Bolsonaro, quando o órgão era comandado pelo também general da reserva Augusto, apontado como um dos principais cérebros do movimento golpista que tentou perpetuar o antigo mandatário de extrema direita no poder.