MENTIRA

Dallagnol faz vídeo ridículo, destila misoginia e homofobia e prova que mentiu sobre PL das Fake News

Fake news foi rechaçada até mesmo pelo senador Alessandro Vieira, admirador da Lava Jato e propositor do projeto, que classificou como "mais que canalhas" aqueles que mentem sobre "censura" à Bíblia.

Deltan Dallagnol que propaga mentiras sobre PL das Fake News.Créditos: Reprodução/Twitter
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Alinhado cada dia mais à bancada bolsonarista no Congresso Nacional e acostumado a dar interpretações tortas sobre as leis quando comandava a Lava Jato no Paraná, o deputado Deltand Dallagnol (Podemos-PR) divulgou um vídeo ridículo nas redes em que tenta "lacrar" sobre a fake news criada por ele, de que o Projeto de Lei 2630/2020 que regulamenta as redes sociais iria "censurar" versículos bíblicos.

No vídeo, em que destila misoginia a partir de sua interpretação de versículos bíblicos, Dallagnol acaba provando que mentiu ao dizer que as citações que fez "podem" ser enquadradas no PL das Fake News. 

Ao afirmar que os versículos "podem" ser censurados, o ex-procurador faz uma interpretação pessoal tanto do que consta no Projeto de Lei, quanto ao que está nos versículos bíblicos.

Ao exemplificar, Dallagnol cita alguns dos versículos citados por ele e destila misoginia ao interpretá-los e dizer que "podem" ser classificados como discurso de preconceito e ódio nas redes.

"Eu postei ontem nas redes sociais, tá aqui no twitter, um post dizendo: atenção cristãos, alguns versículos serão banidos das redes sociais veja alguns versículos que serão censurados", afirmou Dallagnol com a série de textos bíblicos citados por ele.

"Vamos ver aqui, Efésios fala: 'mulheres sujeitem-se aos seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja que é seu corpo, do qual ele é o salvador. Assim como a Igreja está sujeita à Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas aos seus maridos'. Como vou mostrar, isso pode ser enquadrado em discriminação em razão de sexo lá no projeto que vai mandar as redes sociais controlar, modular esse tipo de conteúdo. Vamos para Romanos, 1: 26-27, diz o seguinte: da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns com os outros. Começaram a praticar atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo por sua perversão'. Muita gente vai enquadrar isso como homofobia, que está lá previsto no projeto e a lei, mais uma vez, vai mandar as redes sociais moderarem, controlarem, diminuírem alcance ou até mesmo retirarem o conteúdo", afirmou, dando uma sequência de exemplos de escritos bíblicos.

A fake news construída por Dallagnol, no entanto, foi rechaçada até pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), propositor do projeto e ferrenho defensor da Lava Jato, que chamou o ex-procurador de "canalha".

"É preciso ser muito canalha para criar uma fakenews envolvendo religião para atacar o PL 2630. É óbvio que nenhum trecho da Bíblia será censurado, basta ler o PL", disparou o senador. 

"Quem vive de mentira e crime é capaz de tudo para atacar um projeto que defende a liberdade com responsabilidade", prosseguiu o autor do PL, em crítica indireta a Dallagnol. 

Na noite desta terça-feira (25), a Câmara aprovou por 238 a 192 a urgência na votação do projeto. Além de Dallagnol, votaram contra majoritariamente apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares da ultradireita.

Veja o vídeo de Dallagnol.