Na véspera de depor pela segunda vez na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília desde que voltou dos EUA, Jair Bolsonaro (PL) fez uma espécie de treinamento para ensaiar respostas na oitiva desta quarta-feira (26) quando vai falar sobre sua participação nos atos terroristas de 8 de Janeiro.
Participaram do "training" os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, além do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que também é formado em Direito. O trio estará junto com o ex-presidente na sede da PF.
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Bolsonaro foi incluído no inquérito que investiga quem são os autores intelectuais dos atos terroristas que depredaram as sedes dos três poderes no dia 8 de Janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após publicar um vídeo dois dias depois em que um apoiador diz que a eleição vencida por Lula foi fraudada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro “teria supostamente incitado a perpetração de crimes contra o Estado de Direito”. O ex-presidente apagou o vídeo no mesmo dia e aliados responsabilizaram o filho, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), pela publicação.
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Além de dar explicações sobre o vídeo compartilhado, Bolsonaro ainda será indagado sobre a minuta golpista encontrada pela PF na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que está preso desde 14 de janeiro.
Os investigadores ainda devem questionar o ex-presidente sobre a inação diante do acampamento de apoiadores em frente ao quartel general do Exército na capital federal, onde foi tramado o ataque.
Além disso, Bolsonaro terá que explicar sua fuga aos EUA ao final do mandato para não passar a faixa presidencial a Lula e quais os contatos que manteve durante o tempo em que esteve no exterior.
Bolsonaro também terá que falar sobre os ataques reiteirados às urnas eletrônicas, que incitaram apoiadores a tentarem um golpe de Estado após a derrota dele nas eleições de outubro do ano passado.