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Sob ‘ameaça’, Lula chega a Portugal e ninguém da extrema direita aparece

Presidente entrou pelos portões do hotel às 11h20. Apoiadores foram ao local recepcioná-lo e presença da imprensa foi massiva. Bolsonaristas e “Chega” não deram as caras

Presidente Lula chega a Lisboa, Portugal, para visita de Estado.Créditos: Henrique Rodrigues e Ricardo Stuckert (Detalhe)
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De Lisboa – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou nesta sexta-feira (21) a Lisboa, Portugal, para iniciar sua visita oficial à Península Ibérica, que terá duração de seis dias, e na qual celebrará com seu homólogo anfitrião a 13ª Cimeira Brasil-Portugal, o mais importante evento de cúpula desses países. Há meses que os milhares de bolsonaristas que vivem no pequeno país europeu, assim como os políticos do “Chega”, partido de extrema direita lusitano liderado por André Ventura, “ameaçavam” o mandatário brasileiro com o “maior protesto contra um chefe de Estado estrangeiro de toda a história”. No entanto, nem sequer um militante desses dois grupos apareceu.

A comitiva com dezenas de carros pretos, sob forte escolta da polícia e de outros serviços de segurança locais, trazendo Lula e um grande número de ministros e parlamentares, cruzou os portões do Tivoli Hotel Lisboa, na Avenida da Liberdade, exatamente às 11h20 (horário de verão local), sob gritos de apoio de um grupo de admiradores do petista.

A imprensa brasileira e europeia se concentrou massivamente no Tivoli desde as primeiras horas da manhã, e ainda acompanhou um briefing com diplomatas do Itamaraty e assessores da Secom, que explicaram minuciosamente todos os passos do líder brasileiro durante sua permanência no país que um dia colonizou o gigante latino-americano. Pouco antes de Lula chegar, os jornalistas foram para o passeio público arborizado que fica em frente ao hotel, já que a fachada do estabelecimento foi isolada por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e dos órgãos de proteção de autoridades das duas nações.

Desembarcaram no Aeroporto Internacional Humberto Delgado os ministros da Defesa, José Múcio, da Educação, Camilo Santana, da Cultura, Margareth Menezes, da Saúde, Nísia Trindade, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, além do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, e do presidente da Embratur, Marcelo Freixo. O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, também está em Portugal, mas veio diretamente de um compromisso em Genebra, na Suíça. O senador Renan Calheiros foi outro que desembarcou dos carros da comitiva.

Lula terá uma agenda intensa e se encontrará com presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, com o primeiro-ministro português, António Costa, e ainda participará de uma sessão solene, em sua homenagem, na Assembleia da República, no dia 25 de Abril, a data nacional que marca a icônica Revolução dos Cravos, o levante que pôs fim à ditadura salazarista (Estado Novo), que foi o mais longevo regime de exceção do Ocidente no século XX (41 anos), dando início à reabertura política na terra de Camões e fazendo-a reconquistar sua democracia.

Os líderes do Brasil e de Portugal assinarão vários acordos nas mais diversas áreas e tratarão de assuntos variados, que vão desde o comércio bilateral entre essas nações, o Acordo União Europeia-Mercosul, transição energética, cooperação educacional, indústria aeronáutica e a situação da numerosa comunidade de brasileiros que vive em território português.

Na terça-feira (25), após a solenidade na Assembleia da República, Lula embarca para a Madrid, na Espanha, onde cumprirá uma agenda de dois dias que envolverá encontros com o rei Felipe VI e com o presidente do governo espanhol, Pedro Sanchéz-Castejón.

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