Na chegada da comitiva brasileira em Portugal nesta sexta-feira (21), José Múcio, ministro da Defesa, se antecipou ao presidente Lula e anunciou que um militar deve seguir no comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após breve "interinidade" de Ricarpo Cappelli, que é civil e foi deslocado da secretaria-executiva do Ministério da Justiça para assumir o posto - assim como fez na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal após 8 de Janeiro.
“Acho que agora não pode mexer naquele perfil (de ter militar no comando do GSI). Tem outras propostas. Dentro do governo tem gente que quer outras coisas, aumentar o número de civis. Acho que essa medida que está lá está boa”, disse Múcio a jornalista ao chegar no hotel em Lisboa.
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O ministro ainda afirmou que acredita que a passagem de Cappelli no comando do GSI, que foi aparelhado com militares bolsonaristas durante os quatro anos em que o general Augusto Heleno chefiou a pasta, "vai durar pouco".
“Acho que essa interinidade vai durar pouco. Ele [Lula] deve colocar outro nome”, disse Múcio, que ressaltou não saber qual seria a escolha do presidente. “Não posso me meter nisso, senão isso vem para a Defesa. Estou muito quieto”.
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Sobre a exoneração do general G. Dias do posto, Múcio contou que desde os atos terroristas o militar não se sentia à vontade no governo.
“O G. Dias eu quero muito bem a ele desde o tempo do outro governo. Desde o episódio do 8 de janeiro, ele não ficou à vontade. Não estava se sentindo bem. E agora, com aquelas fitas, as coisas pioraram, e ele resolveu sair. Acho que foi bom para ele (a demissão). Ele não estava se sentindo confortável", afirmou o ministro que é contra a extinção do órgão, criado na Ditadura Militar - Cappelli é o primeiro civil a comandar a pasta.
“Você pode mudar de nome. Tem gente querendo mudar, mas aquilo não pode deixar de existir”.