O deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) fez uma intervenção polêmica na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. Em plena tribuna da Casa, o parlamentar, apoiador de Jair Bolsonaro, exibiu um exemplar do livro "Mein Kampf", de Adolf Hitler, e que é considerado a "bíblia" dos nazistas.
Com uma fala confusa, em que mistura a exaltação ao livro de Hitler com o elogio à reconstrução da Alemanha após a derrocada do Terceiro Reich, Catan disse que é com o a obra do ditador alemão que pede "para que o parlamento se fortaleça". Ele discursava contra a necessidade de votação para um requerimento para fiscalizar o governo estadual sobre o gasto com cargos comissionados.
"Um parlamentar ficou com medo, em sua viagem de retorno ao Brasil, de entrar com esse livro, porque à época, um juiz, talvez mais ditador de Adolf Hitler, suspendeu a entrada e as vendas do Mein Kampf, de Adolf Hitler, onde aqui retrata suas estratégias para aniquilar, fuzilar o parlamento e os direitos de representação popular", diz o deputado no início de seu discurso.
Na sequência, João Henrique Catan exibe e exalta a obra do genocida alemão.
“É com a apresentação do Mein Kampf, de Hitler, que peço para que este Parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize nos rumos do que foi o Parlamento Europeu da Alemanha”, disparou.
Assista à cena
Apologia ao nazismo
No Brasil, fazer apologia ao nazismo é crime previsto pela Lei 7.716/1989, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa para quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
Abriu fogo em sessão da Assembleia
Em maio de 2022, o mesmo deputado João Henrique Catan protagonizou uma cena patética ao disparar uma saraivada de tiros em sessão remota da Assembleia Legislativa durante a votação do projeto de lei que reconhece o risco da atividade de atirador desportivo no estado de Mato Grosso do Sul.
"A aprovação desse projeto visa a armar o cidadão de bem. O armamento acaba com as invasões ilegais, diminui a criminalidade, prevalecendo o nosso direito de liberdade. Lembrando: povo armado jamais será escravizado. Esse projeto é um tiro, é um tiro de advertência no comunismo e na mão leve que assaltou esse país. Por isso, senhor presidente, uma salva de tiro, uma salva de sim", afirmou o deputado abrindo fogo contra um alvo no lugar onde estava.