O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), mais conhecido como Carluxo, perdeu a linha nesta quinta-feira (30) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e ofendeu a vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), viúva de Marielle Franco, enquanto era debatida uma lei proposta pela falecida vereadora. Marielle, como se sabe, foi assassinada ao lado do seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018 por Ronnie Lessa. O matador era vizinho de Jair Bolsonaro (PL), no condomínio Vivendas da barra, na Barra da Tijuca, e o mandante do crime nunca foi revelado.
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O projeto da Lei Vereadora Marielle Franco foi redigido pela própria Marielle e prevê a instalação de cartazes pela Prefeitura do Rio, em locais visíveis, que informam os direitos das mulheres vítimas de violência sexual. Entre as informações, o texto fala sobre prevenção a doenças sexualmente transmissíveis e aborto legal.
Como já era de se esperar, o filho ‘zero-dois’ de Jair Bolsonaro e mentor das suas redes digitais jamais apoiaria tal projeto. A desculpa é a mais perversa possível: Carluxo queria que o projeto fosse aprovado com o texto do vereador Rogério Amorim, irmão de Rodrigo Amorim que ao lado do hoje preso Daniel Silveira (expulso do PTB) foi filmado ao quebrar uma placa que homenageava Marielle em 2018, logo após seu assassinato. Amorim propôs um texto que omitia informações sobre o aborto legal.
Na última terça-feira (28), quando o projeto era discutido pela primeira vez, Carluxo teria chamado a própria Mônica Benício de "assassina" e a acusado de “promover o aborto”. Dessa vez, uma turba de bolsonaristas aguardava a discussão enquanto repetia o xingamento Mônica - “assassina” - em coro.
Incentivado pelo público que acompanhava as discussões, Carluxo perdeu a linha e passou a atacar o projeto nos mesmos termos. Chamou-o de “assassino” e “absurdo”.
Mas não passou batido. Mônica encontrou forças e retrucou à altura: “Queria saber se alguma dessas pessoas foi gritar assassino na porta do Vivendas da Barra, onde moral Ronnie Lessa e Jair Bolsonaro”.
Em seguida, Carluxo acusou o golpe e reclamou: “Que baixaria”.