Quanto mais é investigado o caso das joias, mais complicada fica a situação de Jair Bolsonaro (PL). Depoimento à Polícia Federal (PF) de uma servidora da Presidência da República, que trabalhava diretamente com Mauro Barbosa Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, colocou mais “pimenta” na história já “bem temperada“.
As joias apreendidas pela Receita Federal, no valor de R$ 16,5 milhões, eram um “presente” do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A funcionária pública declarou que recebeu ordens para solicitar ao Departamento de Documentação Histórica do Gabinete da Presidência da República o lançamento, antecipado, das joias apreendidas, mesmo sem a liberação da Receita, de acordo com as informações do blog de Valdo Cruz, no G1.
A servidora encaminhou à PF um áudio que recebeu no dia 29 de dezembro. A voz que aparece é atribuída a um tenente chamado Cleiton, que estaria de plantão na coordenação da Ajudância de Ordens da Presidência.
Na gravação, o militar determina exclusão do sistema dos ofícios enviados ao Departamento de Documentação Histórica. A razão é que a operação de resgate das joias havia fracassado.
A declaração deixa claro: o gabinete da Presidência pediu ao departamento o lançamento antecipado das joias, antes que elas fossem liberadas, no dia 29 de dezembro, um dia antes de Bolsonaro fugir do país e se refugiar nos Estados Unidos.
Equipe de Bolsonaro apostava na liberação das joias
Toda a ação mostra que as pessoas próximas ao ex-presidente estavam certas de que conseguiriam resgatar as joias, o que acabou não ocorrendo, obrigando a ordem para a servidora excluir do sistema.
Todos os documentos a respeito das operações de inclusão e exclusão também foram entregues à PF, que investiga a entrada irregular das pedras preciosas ao país.