Após colocar Jair Bolsonaro (PL) como pivô de uma conspiração golpista para grampear e desqualificar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal, (STF), e, em seguida, adotar quatro versões, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) confidenciou a colegas do parlamento que vai se licenciar do mandato.
O bolsonarista afirmou estar sob “forte estresse” e que, por isso, não reúne condições psicológicas para assumir os trabalhos no Senado, de acordo com informações da coluna Radar, na Veja.
Marcos do Val tinha revelado à própria revista a existência de um plano golpista do ex-presidente para desestabilizar o processo eleitoral, que culminou com a vitória legítima do presidente Lula (PT).
A ideia, segundo o senador, era contar com a parceria do então deputado Daniel Silveira, que está preso. Bolsonaro, ainda conforme Marcos do Val, queria que o senador participasse de uma armação para prender Moraes, anular as eleições e impedir a posse de Lula.
A tentativa de golpe teria, também, o suporte do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que seria responsável por fornecer equipamentos para o senador grampear Moraes e fabricar provas contra o magistrado.
Após a descoberta, Alexandre de Moraes classificou a manobra desastrada com “golpe Tabajara”.
Rede pede cassação de Marcos do Val por “conspirar em prol de golpe de Estado”
A Rede Sustentabilidade, partido do senador Randolfe Rodrigues e da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, prometeu acionar o Conselho de Ética para pedir a cassação do mandato de Marcos do Val.
Por meio de uma representação, o partido apontou que o parlamentar aproveitou da aproximação com Bolsonaro para “conspirar em prol de um golpe de Estado”.
A Rede considerou que o senador cometeu “diversos crimes” e, por isso, merece ter o mandato cassado.
Agora, a acusação será encaminhada ao Conselho de Ética, responsável por julgar senadores por quebra de decoro parlamentar.