NA MIRA DA JUSTIÇA

Rede pede cassação de Marcos do Val por “conspirar em prol de golpe de Estado”

O partido de Randolfe Rodrigues e Marina Silva afirma que o senador cometeu “diversos crimes”, armou “circo” e quebrou decoro parlamentar

Marcos do Val pode ter mandato cassado.Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
Escrito en POLÍTICA el

A Rede Sustentabilidade, partido do senador Randolfe Rodrigues e da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, vai acionar o Conselho de Ética para pedir a cassação do mandato do senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES).

Por meio de uma representação elaborada na noite desta sexta-feira (3), o partido apontou que o parlamentar aproveitou da aproximação com Jair Bolsonaro (PL) para “conspirar em prol de um golpe de Estado”.

A Rede considerou que o senador cometeu “diversos crimes” e, por isso, merece ter o mandato cassado.

Agora, a acusação será encaminhada ao Conselho de Ética, responsável por julgar senadores por quebra de decoro parlamentar, de acordo com informações de Bernardo Mello Franco, em O Globo.

“Não satisfeito em participar de tal reunião e de parecer cogitar participar efetivamente do plano golpista (...), o senador ainda promoveu um verdadeiro tumulto ao divulgar as informações com diversas idas e vindas em suas infinitas versões sobre os fatos”, destacou a representação da Rede.

Conforme o documento, o senador do Podemos “parece desprezar a Constituição”, “pretende proteger alguém” e montou “um circo de péssima qualidade artística”.

“Qual seria o interesse do senador Marcos do Val em afastar o ministro Alexandre de Moraes dos inquéritos que apuram os gravíssimos e aviltantes atos antidemocráticos e os atos de espalhamento de fake news?”, questionou a representação.

Moraes pediu abertura de investigação

Alexandre de Moraes, por sua vez, havia determinado a abertura de uma investigação sobre as versões contraditórias do senador a respeito de sua reunião com Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira, que está preso.

Na representação ao Conselho de Ética, a Rede destacou que Marcos do Val praticou “irregularidade gravíssima no desempenho de suas atribuições”.

“Cometeu, em tese, diversos crimes, a exemplo de obstrução da Justiça, prevaricação, organização criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, todos esses gravíssimos”, acrescentou.