Enfrentar a fome e a miséria que assolam o povo brasileiro é um dos principais desafios e compromissos do governo Lula. Mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras estão em situação de fome no país, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Esse flagelo é também o tema da Campanha da Fraternidade 2023, iniciativa anual da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), inspirada no lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.O lançamento ocorreu na quarta-feira (22).
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O presidente Lula, por meio das redes sociais, comentou que a campanha da CNBB deste ano "não poderia estar mais conectada com nossos esforços para o Brasil, fraternidade e combate à fome. É a missão que todos nós teremos que construir e trabalhar juntos, por um país menos desigual, com mais amor e direitos".
No lançamento da campanha, o papa Francisco enviou um vídeo com uma mensagem ao Brasil, no qual expressou o desejo de que a reflexão sobre o tema da fome entre os católicos brasileiros no tempo da Quaresma seja "uma atitude constante de todos que nos comprometem com Cristo, presente em todo aquele que passa fome".
Coleta de doações
No dia 2 de abril, quando será celebrado o Domingo de Ramos, a Igreja Católica realiza a Coleta Nacional da Solidariedade. Do total arrecadado, as dioceses enviam 40% ao Fundo Nacional de Solidariedade, gerido pela CNBB, ação responsável pelo atendimento a projetos sociais em todo território brasileiro. A outra parte, 60%, permanece nas dioceses para atender projetos locais, pelos respectivos Fundos Diocesanos de Solidariedade.
É a terceira vez que a emergência sobre o enfrentamento à fome é o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB. Os objetivos, segundo a entidade, são lançar luz ao problema e buscar fomentar ações, em todos os níveis, para minimizar os impactos desta realidade na vida do povo brasileiro.
Lançada em 1964, a Campanha da Fraternidade é um modo de a igreja celebrar o tempo da Quaresma, com oração, jejum e caridade, associados à reflexão e ação sobre um tema específico.
Ações do governo Lula para enfrentar a fome
No primeiro dia de mandato, em 1o de janeiro, o presidente Lula editou uma medida provisória para garantir o pagamento de R$ 600 para mais de 21 milhões de famílias beneficiárias do programa de transferência de renda vigente no país. Trata-se da primeira medida de enfrentamento à fome e à miséria no Brasil.
Nesta quarta-feira (22), em entrevista ao jornal O Globo, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), revelou que o presidente Lula estuda uma forma de aumentar o valor atual do Bolsa Família para além dos R$ 150 adicionais aos R$ 600 já pagos aos beneficiários do programa com crianças de até seis anos
Cozinha solidária
Na Câmara dos Deputados, o estreante Guilherme Boulos (Psol-SP) apresentou o Projeto de Lei 491/23, que institui o Programa Cozinha Solidária, para a distribuição de alimentação gratuita à população em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo a população em situação de rua.
Boulos explica que as cozinhas solidárias serão equipamentos públicos voltados a atender de maneira imediata quem hoje passa fome no Brasil.
"Atrelada às outras políticas públicas que estão sendo desenhadas pelo Poder Executivo, como a volta do Consea [Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional], fortalecimento da agricultura familiar e retomada do Bolsa Família, pretende-se acelerar o processo de enfrentamento à insegurança alimentar e nutricional mais grave hoje no Brasil.”
Guilherme Boulos (Psol-SP)