Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, declarou que utilizou uma “metáfora” ao afirmar que havia minutas golpistas semelhantes à que foi encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na “casa de todo mundo”.
Costa Neto depôs, nesta quinta-feira (2), à Polícia Federal (PF) para tentar explicar declarações suas feitas em entrevista ao jornal O Globo.
Ele disse que integrantes e demais aliados do governo Bolsonaro tinham, em suas casas, propostas praticamente iguais à minuta golpista, encontrada pela PF com Anderson Torres.
O presidente do PL destacou, ainda, que recebeu “duas ou três propostas” da “minuta do golpe”. Conforme disse, os documentos não tinham identificação e que “simplesmente moía” os textos em seguida.
Costa Neto afirmou, também, que “nunca levou ao conhecimento do partido” e que não tratou do assunto com Bolsonaro.
O bolsonarista disse que, durante todo o período em que seu aliado esteva no poder, ele foi “apenas uma vez” ao Ministério da Justiça e negou que “tinha relações com Anderson Torres”. Além disso, enfatizou que não conhecia ninguém do alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal (DF), de acordo com informações de Vladimir Netto, no G1.
Ex-ministro está preso por suspeita de omissão e conivência com atos terroristas
Torres foi preso no dia 14 de janeiro, investigado por suspeita de omissão e conivência com os atos terroristas cometidos por vândalos bolsonaristas, no dia 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, ele era secretário de Segurança Pública do DF.
A PF fez uma operação na casa do ex-ministro, onde encontrou a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e alterar o resultado das eleições de 2022, que apontou a vitória legítima do presidente Lula (PT).
Anderson Torres deu uma explicação, no mínimo, “estranha”: disse que recebeu o documento de populares e que pretendia descartá-lo.