A taxação de grandes fortunas tem apoio popular de acordo com pesquisa do instituto DataSenado, que revela que 62% dos brasileiros que responderam o levantamento concordam com a criação de um imposto específico para os mais ricos do país.
Os dados coletados pelo Panorama Político 2023 mostram que 34% desaprovam a taxação de grandes fortunas. Cerca de 5% dos entrevistados não sabiam ou não responderam.
Embora previsto pela Constituição Federal de 1988, o tema nunca foi regulamentado. Para preencher essa lacuna, tramita no Senado o PLP 50/2020, de autoria da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A proposta aguarda a escolha de relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o que ocorrerá depois do carnaval, quando os colegiados darão início às atividades desta legislatura.
Povo mergulhado em dívidas
Enquanto se discute a taxação ou não dos mais ricos, a maior parte da população segue mergulhada em dívidas conforme a pesquisa do DataSenado. Segundo o levantamento, 68% dos brasileiros afirmam não estar conseguindo poupar dinheiro para emergências e necessidades, o que indica que as famílias consomem toda a sua renda, inclusive com o pagamento de dívidas.
Para compreender melhor as preocupações e efeitos da situação financeira das pessoas em suas opiniões políticas e sociais, o DataSenado investigou ainda a capacidade dos brasileiros de arcar com suas dívidas e constatou que mais de um terço da população não está conseguindo honrar seus compromissos.
De acordo com a pesquisa, 37% da população (61,6 milhões) possui dívidas em atraso há mais de 90 dias. O dado se aproxima do número de inadimplentes registrado no cadastro do Serasa em outubro de 2022: 69 milhões de pessoas.
O que é uma grande fortuna?
Apesar do assunto ter movimentado os debates durante o período eleitoral, há uma grande divisão entre os brasileiros sobre qual faixa patrimonial seria considerada “fortuna”, e, portanto, estaria sujeita a taxação.
Em resposta à pergunta “Na sua opinião, a partir de qual valor seria uma grande fortuna?”, 13% dos entrevistados apontaram valores abaixo de R$ 1 milhão; 31% afirmaram que seria o patrimônio entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões; 24% opinaram que esteja acima deste patamar (a partir de de 10 milhões) e outros 32% manifestaram que não sabem ou preferiram não responder.
Com informações da Agência Senado