A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) está prestes a assumir cargo de prestígio no exterior e, mais uma vez, ser chamada oficialmente de "presidenta". A petista deve assumir, em breve, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), nome da instituição financeira dos BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A instituição, que tem sede em Xangai, na China, é comandada atualmente pelo brasileiro Marcos Troyjo, um bolsonarista que já se referiu a Lula como “presidiário”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já informou a Troyjo que quer sua saída para que Dilma assuma o posto e o próprio não teria ficado chateado com a ideia, embora tenha mandato até 2025.
Em entrevista nesta quinta-feira (16) à jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu mais um passo para confirmar o nome de Dilma como nova presidenta do banco dos BRICS ao falar publicamente sobre o assunto pela primeira vez.
"Se depender de mim, ela vai [ser presidenta do banco dos BRICS]. A Dilma é uma figura extraordinária. Ela é muito competente tecnicamente. Se ela for presidente do banco dos BRICS será uma coisa maravilhosa para os BRICS e para o Brasil", declarou o mandatário.
Governo Lula já tem aval
Lula se prepara para embarcar para a China em março já com a provável futura presidenta do banco dos BRICS. Dilma já obteve o aval dos países membros e será anunciada nas próximas semanas para comandar o banco.
Além da concordância dos parceiros no bloco, o economista Marcos Troyjo, que atualmente representa o Brasil na instituição, já concordou em deixar o cargo em favor de Dilma.
Os BRICS são um bloco econômico e geopolítico importante, sobretudo para o Brasil que até uma década atrás tinha papel de destaque nas relações internacionais. Para Lula é vital que o protagonismo brasileiro retorne e para isso os BRICS são uma peça fundamental. Tal importância pode ser aferida pela própria indicação de Dilma para controlar o banco que reúne esses cinco países.
Dilma, que tem 75 anos, inicialmente teria hesitado em relação à oferta, mas segundo interlocutores, em decorrência da delicada situação do Brasil no cenário internacional, por conta da desastrosa gestão de Bolsonaro, a ex-presidenta teria aceitado o cargo.